Capítulo 26.1

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| Mark |

Acordo mais uma vez e, diferente dos outros momentos, não me forço a cair no sono novamente ou me levantar

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Acordo mais uma vez e, diferente dos outros momentos, não me forço a cair no sono novamente ou me levantar. Apenas exerço a inércia do corpo... Não faço a mínima ideia de qual seja o horário e nem me esforço para pegar o celular em cima do criado mudo para ver; mas sei pela luminosidade que adentra em frestas da cortina na porta da varanda, que já amanheceu. Nunca dormir tão mal como nessa noite. Acordava de hora em hora sentindo falta de um corpo ao meu. O de Lisa. E toda vez que acordava, me dirigia para a frente do seu quarto e me grudava em sua porta e, todas as vezes que fui, ouvi fungadas ou um silêncio sepulcral; porém me sentia em paz por não ser uma Lisa atormentada por pesadelos. No entanto, me matou ter que buscar autocontrole, de não sei de onde, para não entrar no quarto e reivindica-la como minha e cuidar de toda a sua dor, mas não fiz, sei o quão importante é esse tempo para ela. Para nós.

Levanto sem nenhum ânimo, me encaminho para o banheiro e faço toda a minha higiene, seguido de um banho morno, que pouco me faz relaxar. A única alegria que meu peito sente, neste momento, é de saber que hoje poderei dar um lar a Ivy, tirando isso, nada motiva o meu coração a bater com euforia.

Pego minhas chaves, celular, carteira e retiro-me do quatro e quando passo em frente ao que é de Lisa. Paro, coloco a mão na maçaneta e pondero se devo ou não invadir o seu espaço, mas mais uma vez desisto; afinal, se foi ela quem determinou esse tempo, então será ela agora a responsável em determinar quando ele termina. Largo a maçaneta e me ponho a ir em direção a cozinha, chegando nela, encontro uma Vic na ativa, fazendo o que ela chama de pãozinho de queijo, todavia, ela só os faz quando algo a remói por dentro.

- O que tanto lhe aflige uma hora dessas, a ponto de lhe fazer recorrer à culinária? – indago sem rodeios.

- Oi, bom dia, meu Markinho! É... não é nada. – ela vira para mim e responde-me insegura, sem me olhar nos olhos, forçando um sorriso que não máscara coisa alguma.

- Como não, Vitória? Eu te conheço há muito tempo para saber que você só recorre a essa receita brasileira quando estar com algo lhe machucando. – pontuo e ela larga a massa na bancada de mármore negro, ao lado da pia, e se escora na mesma, baixando a cabeça.

- É hoje que você irá pegar a Ivy, né? – pergunta, desconversando, e sinto que vem chumbo grosso por aí.

- Sim, por quê?

- Só me der esse tempo em que você irá buscá-la e quando voltar conversaremos. Não quero que a notícia que tenho para te dar, atrapalhe o que você tanto pelejou para conseguir. – ela diz ainda de costas para mim.

- Mas, Vic... – começo a protestar, porém ela me corta:

- Por favor, Mark.

- Está bem. – é tudo que respondo ao seu pedido.

- Como estar a Lisa?

- Não sei. Sinceramente, não faço à mínima ideia. – confesso exasperado e me jogo sentando no banco da ilha.

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