Bônus

1.9K 194 14
                                    

DOMINGO, O DIA SEGUINTE APÓS A FESTA, E MOMENTO SEGUINTE QUE ALESSA FALA COM A MÃE NA CAFETERIA E DESMAIA. 

|Alessa|

Acordo sentindo-me zonza; tento abrir os olhos, porém uma extensa claridade de algo muito branco força-me a fecha-los novamente. Respiro fundo, e tento abrir novamente os olhos, (obtendo êxito) e encaro o teto branco, com a minha visão um pouco turva e a cabeça dolorida. Esforço-me a levar as duas mãos a ela, no entanto algo em meu punho esquerdo pinica e me impede que leve as duas a cabeça que lateja.

Pisco algumas vezes para dissipar a visão turva, então olho para o lado e vejo quem achei que era um sonho: Um ser desconhecido, que apenas diz ser a minha mãe.

- Oi. – ela sussurra, se levantando e vindo em minha direção, e eu me ajeito na cama do que já sei ser de hospital; sento-me, olhando-a interrogativa.

- Você desmaiou. Caindo quando saía da cafeteria e acabou batendo a cabeça no chão. – ela diz receosa e eu só a encaro.

"É... isso explica o motivo da minha cabeça latejar."

Penso e fecho os olhos, quando uma onda de tontura me toma.

- Você está bem? – a voz da mulher desconhecida em toda minha vida soa preocupada, trazendo o seu corpo ao meu amparo e afasto seu toque do meu ombro, sendo no exato momento em que um médico de meia idade adentra ao quarto.

- Bom dia, senhora Johanna. Bom dia, senhorita Alessa. Como se sente?

- Zonza. – é tudo que respondo; curta e grossa, em uma voz rouca.

- Faz sentindo, ainda mais que, como dito por sua mãe, você caiu e bateu a cabeça no processo, além de que o soro em sua veia causa esse feito. O que sentiu, Alessa?

"Sua mãe."

Duas palavras fortes. Duas palavras com grandes significados, mas apenas um sentimento: antipatia. Ela não é minha mãe. Nem nunca será...

- Então, senhorita? – ele insisti, me tirando do transe e o respondo:

- Uma intensa dor na barriga e do nada tudo ficou turvo. Não conseguia mais reagir a nada. – informo, tentando ignorar o olhar da Johanna que estar fixo em mim. O médico escreve algo em sua prancheta e depois olha para mim.

- Alessa, o seu quadro foi uma brusca baixa de glicose no sangue, proveniente da falta de alimentação. Tem tido enjoos? – ele indaga curioso e só tenho ação de balançar a cabeça, pedindo aos céus que ele não vá dizer o que tenho praticamente certeza do que ele irá falar...

"Não posso estar grávida. Não posso... que seja um alarme falso!"

- Além disso, tem se alimentado bem? – nego mais uma vez, e mais outra ele anota algo na prancheta. - Já tenho o resultado do exame de sangue feito enquanto você estava inconsciente e com as suas respostas dadas, posso lhe afirmar que você teve uma queda brusca de pressão pela baixa de glicose, que foi o resultado da falta de uma alimentação, seja constante ou balanceada, que juntamente com algum estresse recente, culminou em uma perda de consciência. – o médico diz como uma metralhadora, repetindo algumas informações que já falou umas duas vezes e acrescentando algo que de fato aconteceu.

Ao mencionar “estresse recente”, não me contenho e olho para a mulher que me bombardeou com coisas que não são aceitáveis, sobre aqueles que sempre estiveram ao meu auxílio, enquanto a mesma fazia seja lá o quê. Ela evita me olhar, sentindo meus olhos raivosos a queimarem, apenas abaixando a cabeça e encolhendo os ombros, fraquejando na postura. - Desta forma, aconselho a você que pelos futuros nove meses evite pular qualquer refeição ou comer qualquer tipo de besteira em uma constância, além de evitar qualquer tipo de estresse nesses primeiros meses de gestão... – ele desanda a falar novamente, atraindo a minha atenção para a sua pessoa de jaleco branco e feição cansada, e a cada evolução de suas palavras, meus olhos se arregalam e sinto o ar virar rarefeito...

Marcas Do Passado ⇝ Livro 1《Concluída》Where stories live. Discover now