Capítulo 27 - Reagindo a Tempestade

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| Lisa |

O táxi me deixa em frente ao grande portão, respiro profundamente e solto todo o ar em um único suspiro

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O táxi me deixa em frente ao grande portão, respiro profundamente e solto todo o ar em um único suspiro. Ergo minha cabeça e entro em casa. Encontro a sala vazia e isso é um alívio. Vejo alguns brinquedos de criança espalhados pelo sofá e esse pequeno detalhe me faz instantaneamente sorrir e como o sorriso veio, ele some. Pois se vejo brinquedos de criança, significa que a Ivy está aqui e se a Ivy está, é de clara interpretação que o caderno já foi entregue ao Mark... E essa constatação me dá um medo absurdo. Obrigo o meu corpo a se movimentar e a passos mínimos subo os degraus da escada. Com algo em meu interior me dizendo que meu dia realmente começará agora.

Olho o corredor, absorvendo todo o silêncio muito sinistro em que a casa está envolvida e meus olhos param na porta do quarto do Mark. Sei que deveria ir até ele. Enfrentá-lo. Mas agora só necessito de um banho quente e reunir todas as minhas últimas forças para encará-lo. Volto-me para a porta do meu quarto. A abro e me deparo com quem eu menos esperava ver neste momento. Não antes de um banho que me entorpecesse.

E a imagem que vejo me dói: Um Mark totalmente cabisbaixo, com a cabeça entre as mãos, e um visível peso que o faz arquear o corpo para frente, numa postura desoladora. No entanto, o que faz as lágrimas de fato virem ficar presas em minha garganta é quando algo no chão, aos pés da escrivaninha, me chama a atenção: o caderninho.

“Agora fodeu!”

Percebo-o no mesmo momento em que o Mark eleva a cabeça e me olha. Um olhar de dor; entendimento; consolo; amor... Mas não de pena?! E tudo acontece muito rápido e estou em um giro de 360 graus, onde em um momento estou parada; perdida sobre a soleira da porta, e em outro estou sendo envolvida em braços fortes, quentes e tão acolhedor, que me sinto desnuda a ponto de todo o desespero emocional (que achei não ter mais ou já ter sido dissolvido na noite passada), desabar em soluços, em um misto de coisas: lágrimas, dor, angústia, desolação... São tantos sentimentos que fazem minha perna fraquejar e meu corpo amolecer, e com meus braços envoltos no corpo do Mark, me entrego. Desabando como uma ribanceira totalmente encharcada e íngreme.

- Me perdoa, Mark! – é tudo que sai em meio ao soluço.

E choro por mim.

Choro pelos meus pais.

Choro pela vida.

Choro, principalmente, por ter infectado a alma boa, que me acolheu com tanto amor. Que me viu como a mulher que eu acreditava não existir mais.

Um silêncio absurdo se forma dentro de mim, fazendo-me perceber que o soluço que achava ser meu, é na verdade do Mark. Que o corpo a amolecer e as pernas fraquejarem, a ponto de nos levar ao chão, em um casulo em forma de abraço, foi do homem que me mostrou ser uma fortaleza desde o início e isso me machuca. Então me junto a ele em um choro doloroso, como se cada lágrima que nos saísse fosse em prol de uma limpeza: ele para limpar as minhas confissões e eu por ser tão infectada por um passado.

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