Capítulo 33 - Perdidos

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| Mark |

Passou-se três semanas em que estou trancafiado no local da minha primeira noite de amor com a Lisa, no quarto reservado no último andar da empresa, ao qual só eu tenho acesso

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Passou-se três semanas em que estou trancafiado no local da minha primeira noite de amor com a Lisa, no quarto reservado no último andar da empresa, ao qual só eu tenho acesso.

Há três semanas que estou a base de álcool, rejeição de ligações da Vitória e insistências de chamadas para a Lisa, que sempre terminam em caixa postal.

Simplesmente é um inferno ser rejeitado. É um ódio tentar não lembrar da minha mãe nessa situação e um ódio triplicado, porque o diabo do meu inferno tem nome e sobrenome, e estar gozando da liberdade sem peso algum nas costas, enquanto a Lisa está soterrada na lembrança!

Jogo a garrafa de conhaque, que estava em minhas mãos, contra a parede, e ela se espatifa toda, espalhando cacos de vidro, que poderia ser muito bem o meu coração, em quase todo o quarto.

É uma merda ser atingido por uma mulher. Uma merda maior ainda ser atingido por uma mulher intensa e ser abandonado por ela ao mesmo tempo, sem ter feito nada, além de ajudar.

Ponho minha cabeça entre meus joelhos, puxo meu cabelo e grito, sentindo uma dor sufocante em meu peito. Uma dor que me entristece.

Mais uma vez meu celular toca e eu opto ignorá-lo, ele desliga e volta a tocar, me deixando pirado. Surtado de raiva. Então pego-o na intenção de dar o mesmo destino que a garrafa de conhaque, mas paro a ação, quando vejo o nome "Lisa" brilhar na tela.

Meu coração dispara.

Tropeça.

Quase para.

Minhas mãos soam.

A euforia me consome e não sei se rio ou se choro.

E sem conseguir evitar, o meu corpo todo treme.

Levanto-me do chão, onde estava sentado, encostado a cama; e com demasiado ânimo, parecendo uma criança eufórica, indo em seu primeiro brinquedo, em um parque de diversões.

Fecho os olhos, respiro fundo e atendo, antes que a ligação se encerre e ela desista de tentar mais uma chamada.

- Minha Vênus! – é tudo que digo, transbordando uma voz de esperança.

- Oi. – ela diz apenas isso e suspira audivelmente; e as três semanas que fiquei sem a ver e ouvir a voz, se tornou um peso de três anos, pois sua voz me faz encher de saudades e transbordar sem freio nas palavras:

- É tão bom te ouvir, Lisa! Meu Deus, meu amor, estava morrendo de saudades de ouvir sua voz suave e doce... Por favor, não faz mais isso comigo... – desando a falar como um adolescente nervoso, até que ela cansa do seu silêncio e me interrompe:

- Mark!

- Oi, minha Vênus. – digo, oferecendo-a toda a minha atenção.

- Isso não significa nada, só liguei porque a Vic estar desesperada sem saber notícias sua... Mark, a vida continua! Você deveria ligar para ela.

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