Capítulo 23 - Flashes do Passado

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| Lisa |

Eu não acredito que acabei de ouvir o que acho que ouvi, mas eu ouvi

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Eu não acredito que acabei de ouvir o que acho que ouvi, mas eu ouvi... é exatamente assim que me sinto: Confusa, extasiada, impactada e louca. Por que louca? Pelo simples fato de termos, há poucos minutos atrás, discutido; comigo tendo o resto do coração dilacerado (sim, eu sei que por culpa minha, mas não foi como se eu pudesse evitar. Não sou de ferro e se fosse, já seria um ferro bem retorcido pelas porradas da vida).

Voltando ao assunto "louca": tendo uma conversa onde admitia parte dos meus assombros sentimentais, com uma puta declaração que me fez perder o chão e ganhar o céu, e por fim um "Eu te amo" sincero, límpido e longe de qualquer vício de linguagem – onde muitos o encaixara só para ser uma frase dita para gabelar; em vez de realmente expressar um sentimento. E eu o amo. Amo de uma forma totalmente nem um pouco convencional e sabe como eu sei que é amor? Quando eu notei que ele estar longe de ser um capricho; de uma válvula para me sentir amada. Quando pensar em ficar sem vê-lo ou ouvir sua voz me causa uma agonia tremenda, onde a agonia enche o peito e transborda nos olhos...

Quando dizem que o amor é inexplicável, é porque esse que fala nunca se deparou com a confusão do sentir-se livre e amando, e conseguinte preso pelo mesmo amor. Porque amar é isso... é sentir-se engaiolado pelos próprios sentimentos e liberto pela força que ele lhe traz; uma força tremenda que te faz confiar cegamente, mesmo que seja caindo de um precipício... Amar é fazer de um momento uma vida e eu amo o Mark, porque ele foi além disso, ele me deu uma vida cheia de momentos em que se eu morresse hoje, morreria feliz; então se amar é relembrar todos os acontecimentos até onde estou com um sorriso bobo e desejar passar por tudo novamente só por ter o conhecido, então eu digo ao mundo; universo; a qualquer um que queira ouvir, que eu o amo com todo o meu coração. Que do nada ele veio para me transformar em um tudo. Se isso não for amor, eu não sei mais o que é. Porque a partir do momento em que me entreguei aos seus sentimentos, me senti capaz de começar a me aceitar, pois vi nele as coisas boas que ainda poderiam existir na minha bagunça. Eu me vi pronta para me dar a chance de me amar também. Ele, no fim de todos esses novos dias de regeneração pessoal – desde que passei a morar com a Vitória –, vem se mostrando ser aquele espelho capaz de refletir a luz, me ensinando uma nova versão de mim mesma, sem dependência de marcas do passado...

Porém ainda me pergunto como ele pode me amar sem saber o quão imunda sou por dentro? Não sei, vai ver o amor faça isso também, transforme as impurezas em uma simples marca d'água, autenticando aquela pessoa como sua, com todos os erros e acertos; onde após qualquer vendaval você olhe para ela e veja só o quão aprazível é tê-la como sua no final de tudo... Como eu disse, não sei. Mas gostaria de um dia eu mesma me convencer dessa suposição.

Saio do meu monólogo interno e vou para frente do espelho e ajeito a maquiagem que, mesmo sendo aprova d'água, não resistiu tanto quanto deveria a minha torrente de lágrimas. Graças aos céus Alessa havia colocado alguns utensílios de make na bolsa, pois o que tenho aqui será o suficiente para apaziguar a minha cara de morto que resolveu reviver. Depois de me recompor, encaro-me no espelho e encorajo-me:

Marcas Do Passado ⇝ Livro 1《Concluída》Onde histórias criam vida. Descubra agora