Capítulo 26 - Em Busca de Refúgio

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OIIIIEEEEEE!!! Pois bem... mil desculpas pela demora, porém aconteceu alguns imprevistos e, além disso, ainda estou sem not (o que complica a frequência com que eu escreva os capítulos). Mas eu não desisti de postar a estória e espero que vocês também não tenham desistido de lê-la. 

| Lisa |

Um dia para se esquecer

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Um dia para se esquecer. Um dia em que se eu soubesse a metade dos acontecimentos, não teria nem se quer levantado da cama e agora mais essa.

Como eu sou burra!

Desde que sair para longe do Mark, me encontro sentada e totalmente encolhida no meio da cama, abraçando as minhas pernas. Não tenho mente para dormir, para reagir e muito menos para saber como devo proceder em contar a verdade ao Mark. Nem se quer mais lágrimas tenho para aliviar essa pressão em meu peito, de que assim que ele souber de tudo, nunca mais irá me querer como dele. Estou tão marcada pela imundice, que mesmo fora dos meus sonhos posso sentir as mãos ásperas descer sobre meu corpo. Dou um pulo da cama com a sensação e começo a andar de um lado para o outro, juntamente com a minha mente que fervilha.

- Droga de vida! – sussurro, segurando meus cabelos e puxando-os (como se isso fosse capaz de acalmar o turbilhão de pensamentos), na vã esperança de que ouvir minha própria voz, seja o suficiente para me trazer a realidade de que não sou mais aquela garota de 18 anos, onde teve o próprio corpo e mente dilacerados por duplos acontecimentos.

Não sei porque, mas, nessa minha mente fodida, passou-se que se eu me entregasse ao Mark em corpo, ele seria capaz de sentir meu último resquício de alma e me aceitaria por ela e não por essa carne que jaz o pecaminoso, e de quebra ainda me livraria das imagens que tanto me atormentam. Que me apodreceu para a vida. Mas como posso contá-lo, se até mesmo pensar sobre o acontecido me faz fraquejar?! A verdade é que não sei se manterei o resto da sanidade que me sobrou, ao ouvir as palavras saírem de minha boca e relatarem o quão real foi aquele dia. E por pura frustração, passo a mão na escrivaninha e derrubo as poucas coisas que estavam em cima dela.

- Droga! Droga! Droga! Por que, Deus?! Já não bastou o passado, por que ainda tenho essa sombra a me perseguir? Por que agora? Depois de ter me feito acreditar que ainda havia uma nova esperança de haver uma outra chance de me reerguer. Por quê?

Argh!

Sento na beirada da cama, apoio os cotovelos na coxa e seguro minha cabeça que pesa com tanta indagação e gira em agonia. E do nada as coisas parecem se acender quando vejo o caderninho que passei a escrever, quando o Mark me presenteava com os bilhetes durante o café da manhã... Se as palavras são duras demais para serem proferidas em voz alta, então só me resta torná-las mudas e livres em um papel. Até isso o Mark me proporcionou... uma válvula para transferir a dor.

Pego o caderno, ignorando todo o resto no chão, sento-me na cadeira em frente à escrivaninha; abro-o e, encarando a folha em branco que decidirá meu destino, ponho o punho para trabalhar. Essa noite eu não dormirei. Essa noite não descansarei meu corpo em uma cama macia. Essa noite abrirei uma cova, despejarei nela meu terror de olhos gélidos e darei ao Mark a chance de enterrá-lo... Seja para me livrar de um fardo; ou dar a última sentença de vida a minha alma já estraçalhada, e eu torço muito que seja o meu passado a ser enterrado e não a minha nova chance de viver.

Marcas Do Passado ⇝ Livro 1《Concluída》Where stories live. Discover now