Os dedos de Han Solo tamborilavam impacientes na consola da Millenium Falcon, criando um som irritante que Lando, sentado na cadeira atrás do piloto, tentava ignorar. O nervosismo perpassava por todos, mas o corelliano exibia-o com mais alarde ao fazer aquele movimento digital repetido. Até Threepio se mantinha estoicamente calado, o que era anormal para o sempre tão agitado androide que não computava corretamente as emoções humanas que lhe complicavam com os circuitos e que eram, por definição, racionais, isentos e lógicos.
Viajavam à velocidade subluz. O planeta gasoso ficava próximo do planeta principal do sistema e não viam necessidade de se apressarem para alcançarem o seu destino. Não tinham ainda discutido a melhor aproximação ao planeta e Lando ajuizou não inquirir Han sobre o que ele esperava fazer, pois calculava que recebesse uma resposta torta do tipo "eu é que sou o piloto, eu faço o que julgar melhor", acrescentando talvez, se o seu orgulho o permitisse "já basta receber ordens da senadora" ou algo do género.
O firmamento que se estendia para lá da janela da carlinga era monótono e pacífico. O vácuo mortal que abraçava a nave na viagem troçava das aflições das criaturas sencientes que se digladiavam por causa das suas agendas mesquinhas. Deixavam para trás o último dos planetas terrestres do sistema, um mundo árido cor-de-laranja que era desabitado por causa das suas tempestades permanentes de sedimentos, pela ausência de água no estado líquido e por uma atmosfera tóxica. Mais alguns minutos-padrão e o gigante gasoso avistar-se-ia a pairar impante na solidão do espaço.
O tamborilar cessou.
- Ei Lando...
O socorriano inclinou-se na direção das costas do assento do piloto que girou e revelou Han Solo de perfil.
- O que foi?
- Onde está o holopad que o príncipe nos deu?
- Acho que está numa das mochilas que estão guardadas no...
- Vai buscá-lo.
- Por que razão tenho de ser eu que...?
- Não me aborreças!
O grunhido de Chewie completou a ordem disfarçada de pedido e Lando levantou-se contrariado. Threepio ainda dobrou os braços pelos cotovelos num espasmo rígido, mas coibiu-se de dizer o que os circuitos lhe ditavam ser o correto a verbalizar naquela ocasião. Após remexer na mochila certa, Lando regressou com o holopad e entregou-o a Han que o ligou.
- O que esperas encontrar aí?
- Informações sobre as luas e sobre as minas.
Lando recostou-se no seu assento, cruzou os braços.
- Hum... Achas que sim? O príncipe iria revelar esse segredo dos clones?
- Não propriamente dos clones... mas uma maneira de entrarmos na lua certa e ver o que se anda a passar por lá.
Threepio interveio:
- General Solo, a nossa missão é apenas investigativa. Recolher dados e retirarmos, sem revelar a nossa presença e as nossas intenções.
- Sim, lata dourada. Estou ciente das ordens que nos foram dadas – resmungou Han. Explorou as linhas disponíveis no dispositivo e após uma curta revisão, anunciou: – Aqui está!
- O quê? – perguntou Lando de sobrancelha crispada.
Han contou, à medida que ia lendo e verificando os textos sobre o tópico que havia selecionado:
- O gigante gasoso tem duas luas, mas apenas uma delas tem uma mina produtiva. Apesar de as duas terem produzido ouro em tempos, a mina mais antiga, na lua Apon One, esgotou o filão. Ou seja, as minas atuais apenas existem em Apon Two. Nenhuma das luas possui um escudo protetor, pelo que será fácil fazermos uma aproximação sem sermos detetados.
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Os Fantasmas da Névoa
FanfictionNo sistema Hkion uma guerra local ameaça desatar-se entre dois clãs rivais, que disputam a posse da imensa riqueza das minas auríferas do planeta. O cavaleiro Jedi Luke Skywalker é enviado para servir de mediador no conflito, em nome do Senado Galác...