XLI - De regresso

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A Millenium Falcon ignorou avisos e pedidos de identificação. Simplesmente penetrou no espaço aéreo da capital, usou o vetor de voo que achou mais adequado e, silenciando todas as advertências, aterrou no espaçoporto que se achava mais próximo. Não aconteceu nada de extraordinário – o cargueiro não foi intercetado por veículos de vigilância e o pouso na pista aconteceu até com relativa facilidade.

A carlinga animou-se, com toda a gente a levantar-se dos respetivos assentos, em grande excitação. Todos menos um...

- O que fazemos com ele? – perguntou Lando, apontando para o taanabiano.

Tomason adiantou-se e respondeu, contorcendo-se na cadeira, preso pelo cinto de segurança:

- Levem-me com vocês! Serei útil.

Han torceu a boca.

- Útil? Assim que te deixarmos uma arma nas mãos, vais trair-nos.

- Não! Não. – Tomason baixou a voz, após respirar fundo. Tentava soar convincente. – Não. Oiçam, não me quero ver envolvido com os imperiais... Agora, com a Nova República a mandar na galáxia, ficaria com a reputação manchada. Percebem? Dêem-me uma chance.

- A mesma chance que irias dar ao Lando?

- Podemos conversar quando isto terminar.

- Estás a negociar a tua situação? – espantou-se Han. – É preciso ter descaramento.

- Sou um comerciante, é claro que estou a negociar a minha situação, Solo!

O corelliano espetou um dedo.

- É general Solo para ti, Tomason!

- Levem-me com vocês! Se está a acontecer um ataque há militares nas ruas, um cerco ao palácio, qualquer situação típica de uma sublevação civil. Vocês são dois, mais um wookie e um androide.

- E contigo seremos três – contrapôs Lando, trocista, de braços cruzados. – As nossas probabilidades não aumentam assim tanto.

- Chewie, solta-o. Ele vai connosco – disse Han e saiu da carlinga.

O socorriano seguiu-o, indignado.

- O que estás a fazer? Agora vais confiar no Tomason?

- Quero chegar depressa junto de Leia. Não quero questões menores a atrapalhar-me o caminho.

- O Tomason não é uma questão menor. É nosso inimigo e iria lucrar com a nossa captura sem pensar duas vezes! Nós éramos prisioneiros dele, caso te tenhas esquecido. Ele vai trair-nos. Eu sei que vai. Assim que encontrar a oportunidade, vai virar-se contra nós. Ele tem andado a negociar com o mordomo de Hkion. Quando chegar a altura de escolher, quem achas que os de Hkion irão proteger? Nós, que somos clandestinos, que somos amigos do Jedi que eles odeiam, que andamos a cheirar os seus assuntos internos? Ou o Tomason, com quem têm andado a fazer dinheiro e a ganhar prestígio?

- Gostei do que ele disse – revelou o corelliano, encolhendo os ombros, numa indiferença estudada. – E como nunca me fiei nas probabilidades do que quer que seja...

- Ah! Então! Continuaremos em inferioridade numérica... mesmo com o Tomason teoricamente do nosso lado.

- Lando, estás a ficar intratável como aquela lata amarela. Será que te podias calar?

- Peço perdão, general Solo – insurgiu-se Threepio. – Não me considero intratável. Estou programado para as relações entre humanos e os ciborgues, pelo que ser intratável é uma configuração que vai contra claramente a minha diretiva primordial...

Os Fantasmas da NévoaWhere stories live. Discover now