Segredos e Desejos.

Capítulo 5.

Sento-me em cima da bancada estava preste a descer supondo que Peter iria reclamar, mas ele não fez nenhum comentário apenas levantou a manga da sua blusa social azul e começou a pegar as panelas.

— Você quer ajuda?.— Pergunto.

— Ter uma assistente seria bom.— Ele diz.

— Assistente não, subchefe.— Digo com humor.

Começo a pegar as coisas para preparar uma bela parmigiana, Peter abre uma garrafa de vinho, o que me deixa mais empolgada ainda. Começo a corta alguns legumes.

— Eu odeio.— Digo fechando os olhos por conta da ardência.

Sinto lágrimas descendo pelo meu rosto enquanto eu esfrego o braço tentando amenizar.

— O que houve?.— Peter pergunta preocupado.

Mesmo com os olhos fechados podia sentir ele se aproximando, seu perfume era inconfundível.

— Odeio corta cebola, sempre choro.— Reclamo tentando abrir os olhos.

— Deixe me ver.— Ele diz sereno tocando em meu rosto novamente.

Pisco meus olhos tentando abrir, fundo puxando o ar.

— Tá tudo bem, consegue abrir?.— Ele pergunta.

— Acho que sim.

A ardência diminui e eu finalmente consigo abrir meus olhos, havia um par de olhos azuis me encarando, ficamos nos olhando por alguns segundos antes que eu saísse daquele de perto dele indo para o outro lado da bancada.

— Melhorou.— Murmuro.

— Deixa que eu termino de corta aqui.— Ele pega a faca e começa a cortar.

Vou para frente do fogão e começo a mexer o molho, estava de costas para Peter mas podia sentir seu olhar queimando minhas costas, viro a cabeça um pouco tentando ser sorrateira e o olho.

— O que foi?.— Ele pergunta rindo.

— Nada, só... quer ver se o molho tá bom?.— Pego uma colher e coloco um pouco do molho.

Coloco a mão embaixo para não pingar nenhuma gota no chão e levo até ele, que abre a boca esperando que eu coloque a colher, fico olhando para ele pensando se isso seria uma boa ideia mas depois acabo fazendo.

— Só mais uma pitada de sal.— Ele me orienta.

— Eu não sou muito de cozinhar, nunca fui.— Digo pegando o sal.

— Tem algum motivo especial?.— ele pergunta.

— Sim, não sei cozinhar.— Digo rindo.

— Não cozinhava com sua mãe?.— Ele pergunta.

— Bem sim, mas apenas doces. Minha mãe também era péssima na cozinha, só minha tia que gosta.

Uma memória me atingi como um raio, sinto até meus olhos ficarem marejados.

— Na Páscoa, nós sempre fazíamos ovos. Eu amava.— Dou uma risada lembrando.— Minha mãe, minha vó, a tia e a mãe de Lilith sempre se reunião para fazer.

— Parece ser divertido.— Peter comenta.

— Era incrível, nos melávamos todas de doce.

— Minha família nunca foi disso, só Lexi que gosta de cozinhar.— Ele aponta o dedo para o restaurante.

— Tive uma leve impressão.— Rio.

— Nos não somos tão unidos a ponto de fazer isso, cozinhar juntos? Acho íamos nos matar.— Ele diz com graça.