Capitulo 51

1K 138 40
                                    

Sozinha.

Era assim que eu me sentia enquanto estava sentada na grama, sozinha e tola, não por culpa de alguém, ao contrário, ninguém fez isso.

Eu fiz isso.

Eu estava sozinha, desde que fiquei na grama até quando entrei no carro do senhor Morelli, a caminhonete com cheiro de mato fresco mas reconfortante o bastante para me levar longe dali, a senhorita Morelli não precisou dizer nenhuma palavra acho que pela minha cara inchada e os olhos vermelhos foi o suficiente para que ela soubesse o que havia acontecido, afinal, foi ela mesma que ajudou a preparar tudo. O senhor Morelli foi muito gentil ao não mencionar o motivo do meu choro excessivo ou dos meus soluços altos e indelicados.

Não sei em qual momento até chegar na cidade eu dormir, acordo com o senhor Morelli me cutucando e me chamando, pisco algumas vezes até me situar, me sento no banco endireitando as costas e passo a mão no cabelo para arrumar a franja, meus olhos estão ardendo.

— Menina, chegamos.— Ele aponta para janela.— Onde você quer que eu te deixe, já é tarde.

Pego meu celular vendo que era um pouco tarde da noite, eu sinceramente não queria ir para meu apartamento.

— Eu não sei.— Assumo, perdida outra vez.

Era o que eu mais estava me sentindo essa noite, perdida e idiota.

— Não tem nenhum lugar?.— Ele pergunta coçando a cabeça e eu pisco tentando lembrar para onde mais eu poderia ir a essa hora.

— Tem um lugar.— Digo passando o endereço para ele que logo liga a caminhonete novamente e começa a dirigir pelas ruas.

Depois de alguns minutos mas ou menos uns 20 minutos o senhor Morelli me deixa na porta e se despende de mim com um aceno de mão breve, tento lhe dar um sorriso, fracasso, nenhuma expressão. A dentro a enorme porta me agacho pegando a chave escondida debaixo do potinho, eles nunca aprende a esconder direito, coloco a chave na porta e a destranco adentrando.

— AAAAAAA.

Ouço um grito e uma pessoa vindo em minha direção com algum objeto na mão.

— AAAAA.— Grito de volta quando sinto algo se chocar contra minha testa.

— Morgana?.— Cecília chama meu nome enquanto eu gemo de dor com a mão na cabeça.

— Que caralho, Cecy.— Solto um palavrão abrindo somente um olho para vê-la.

— Me desculpe, achamos que era um ladrão ou sei lá.— Ela explica.

— Você ia assustar um ladrao com uma....

Procuro o objeto que me acertou no chão e o encontro caído debaixo de uma mesinha de vidro.

— Uma colher de pau? Porra.— Xingo de novo incrédula.

— Você se surpreenderia com que posso fazer com o que tenho nas mão.— Ela pisca e eu faço uma careta.

Mostro o dedo do meio a ela.

— Minha testa.— Faço um beicinho.

Poxa, estava doendo de verdade, Cecília tem uma mira de se invejar.

— Cecília!.— Senhor Mateo aparece logo atrás ofegante.

Ele se apoia em seu joelho recuperando o fôlego, ele levanta o olhar me notando.

— Louise!.— Ele me chama pelo meu segundo novo.

— Senhor Mateo.— Aceno rapidamente ainda com a mão na testa.

Segredos e Desejos.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora