Segredos e Desejos.

Capitulo 80

A mãe de Peter volta a se sentar em seu lugar na mesa  com um belo sorriso no rosto, um sorriso que antes não estava ali e isso já me deixa em alerta. Acho que Miguel pensou a mesma coisa pois nós trocamos olhares de desconfiança.

— Aproveitem o jantar.— Ela diz com um sorriso no rosto, sorriso esse diabólico.

Peter começa a dar a comida para Madalena que insisti em dizer que já consegue se alimentar sozinha, ficamos a observando por alguns segundos e ela realmente fazia tudo com cuidado e atenção, meu prato é colocado a minha frente e o cheiro estava maravilhoso, era um delicioso risoto, dou a primeira colherada e sinto algo me incomodando mesmo assim engulo, colo a próxima garfada na boca e imediatamente cuspo ao mesmo tempo que Miguel grita em minha direção desesperado.

— TÁ APIMENTADO.— Ele se levanta vindo até mim.

Minha garganta começa a fechar imediatamente, sinto a falta de ar começando, minha língua está inchando.

Isso é um pesadelo.

— Morgana?.— Diz Peter mas sua voz já está no fundo, como um zumbido.

— Meu Deus ela está ficando pálida.— Alguém diz.

— Ela não está respirando.

— Alguém chama a ambulância, ela pode morrer.

A festa começa a virar um verdadeiro caos, Peter entrega Ophelia para Lexi e pede para cuidar de Madalena também, logo em seguida estou sendo pega no colo e sendo colocada no carro atrás junto de Miguel que dizia palavras como "Calma" e "Respira" como se eu não estivesse tentando fazer isso. Não me lembro exatamente quando foi que chegamos ao hospital ou se eu ainda tinha qualquer consciência funcionando já que respirar estava complicado demais, sinto braços fortes me segurando e sei que é Peter, sinto outras mãos me colocando em algo macio e depois um picada no meu braço.

Demorou um pouco até que eu conseguisse voltar um pouco ao normal, e com pouco quero dizer, respirar devagar, abri os olhos sem dificuldade, sentir meu corpo relaxar e por fim ouvir a voz de Peter como se ele não fosse um sonho distante.

— Meu amor?.— Ele pergunta se levantando da cadeira e vindo até mim.— Oi.

Pisco os olhos olhando ao redor, uma sala elegante de um hospital que deve ser um rim.

— Amor, oi.— Peter segura minha mão.

— Oi.— Murmuro, sentindo ainda dor na minha garganta.

— Ainda bem que você está bem, eu fiquei com medo de perder você.— Ele diz beijando minha mão.

— A comida.— Digo num fio de voz

— Eu sei, estava apimentada.— Ele diz em um tom de desculpas.

— Boa noite sou o doutor Castro, como está se sentindo senhorita Morgana?.— Um doutor de cabelos grisalhas e olhos castanhos aparece.

— Melhor.— Dou os ombros.

— Irá sentir um pouco de desconforto por algumas horas mais mas seu quadro melhorou, ainda bem que seu namorado te trouxe as pressa, vou libera-la para ir para casa, aqui estão algumas recomendações e essa folha aqui.— Ele balança a folha no ar.— São alguns antialérgicos para melhor qualquer sintomas.

— Obrigada doutor.— Agradeço.

Ficamos mais algumas horas no quarto até eu terminasse alguns exames e a enfermeira me passar mais alguns cuidados, Peter me ajuda a levantar e quando estamos no corredor ouvimos vozes altas como se estivessem em uma discussão sobre algo, conforme íamos nos aproximando as vozes iam ganhando rostos.