Capítulo 46

1.5K 134 15
                                    

Eu gosto de dizer que música é a mais pura forma de magia, a verdadeira magia aquela que te emociona e traz tantas memórias, sensações e sentidos que você pode se perde nela ou se encontrar,  e há quem diga que a música pode unir pessoas, há tanto a se dizer sobre música, há tanto a se sentir sobre música, há tantas coisas que mal podem ser numeradas, de fato, não são. Não é do meu costume tentar tocar o violoncelo mas aqui estou eu, sentada a mais de duas horas tentando acertar uma nota irritante é difícil, a por que é tão difícil, não deveria ser, não entendo, isso me aborrece. — Mais que isso, me irrita, me incomoda, me provoca.— por que eu não conseguia.

— Porra.— Esbravejo nervosa.

— Devo chamar Lilith?.— Meu bom e velho amigo, Gael, questiona depois do meu, décimo palavrão, talvez, isso podia ser numerado.

— Não!.— Respondo grosseiramente.

— Morgana...

— Não, por favor, não.— Eu peço fechando os olhos.

Não queria ouvir alguma de suas frases de motivação, eu nem ao menos queria ouvir o som de minha própria voz, deve ser por isso que eu passei a semana toda tocando e me isolando dentro do meu quarto como uma ratinha.

— Peter chegou.— Ele diz ao atender o interfone.

Isso era animador e ao mesmo tempo sufocante, aí está mais uma coisa não dita, eu não o vi direito a semana toda, a escuridão do meu quarto estava ainda mais convidativa toda vez que eu pensava em algo sobre ele ou sobre o futuro, a porra do futuro.

— Já estou indo.— Digo me levantando e largando o Violoncelo em seu canto.

Minha mala roxa com detalhes dourados estava parada, pronta, esperando que a pegasse e fosse em direção a ele, Peter havia me dito que iríamos até a casa de Campos, honestamente a ideia de imaginar sua casa de campo me faz sorrir, imagine, uma casa de Campos como nos filmes, nos filmes aonde tinha gente rica, claramente, mas ainda sim, era como ver um dos filmes românticos de Ana. O encontro parado na porta, Peter, com seu sorriso encantador e seu cabelo feito de fios dourados como se fosse desenhado pelo sol, sua roupa casual que o deixava ainda mais lindo, ou talvez fosse sua alegria contagiante.

— Minha bruxinha.— Ele vem até mim em passos rápidos e me abraça forte.— Estou morrendo de saudade, parece que não há vejo a séculos.

— Não exagere, nós vimos ainda essa semana, só estive muito ocupada, sabe a senhora Ângela, estávamos praticamente nos últimos detalhes.— Digo mais animada.

— Vai estar incrível, tenho certeza que suas mãos habilidosas fizeram um trabalho magnífico.— Ele diz segurando minhas mãos e beijando as pontas dos meus dedos.

— Eu espero que todos achem isso, eu e Vívian demos o máximo ali e no museu aliás, quando será a nova inauguração?.— Pergunto curiosa.

— Dentro de algumas meses, há algumas questões burocráticas a serem resolvidas ainda.— Ele explica e eu concordo.

— Vamos?.— Pergunto.

— Sim, vamos.— Ele entrelaça nossos dedos um no outro.

— Olha só, quem diria uma que tem o humor de um gato preto e o outro que é o puro golden retriever.— Gael diz parado se apoiando no batente da porta com sua xícara de café.

— Vou dizer quem você é.— Aponto para ele que me mostra o dedo do meio.

Me despeço de Gael e desço com Peter até seu carro, colocamos as coisas no porta mala, tive total liberdade para escolher a playlist, então lana Del Rey,Adele e Arctic Monkeys entre outros fizeram uma ótima companhia enquanto Peter dirigia tranquilamente, a brisa estava deliciosa e o sol estava brilhando no céu azul claro com nuvens, o vento batendo no meu rosto minha franja devia está toda para cima, tive a confirmação quando Peter me olha e ri.

Segredos e Desejos.Where stories live. Discover now