Oito

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Kennedy Narrando

Dia de lazer na favela, praça fica como, a mil meu parceiro, galera aproveitando da melhor forma o bagulho.

Acho massa o patrão patrocinar esses eventos, tira a galera dessa vida rotineira que é aqui e pá.

Fico viajando no sorriso da molecada, das minas e dos manos, a comunidade em um todo se alegra e vira aquele furdunço.

Tá achando que em morro não tem momento de lazer, tem sim. E fora esses momentos a galera e feliz também mermão.

Pode pá que aqui tem mais felicidade do que na cidade, galera humilde sabe aproveitar bem mais do que os nariz em pé.

Tem os dias de perrengue também, invasão mané, favela chora com os manos que se perde nas guerras, mas é isso aí.

Consequência das nossas escolhas parceiro, tem gente que morre os outros que fazer de santo, mas eu não banco o cego no bagulho não, tem que ter visão mano.

Colfoi, nois rouba, nois bate, nois mata no bagulho memo, do mesmo jeito que temos família, quem matamos também, é aquele velho ditado " quem com ferro fere, com ferro será ferido."

Tamo vivo até o dia que Deus permitir e é isso aí. Pode pá que pretendo aproveitar cada minuto porque a vida é um sopro e nessa nossa vida o bagulho é louco.

Mais cedo dei um sossega na Aline, tava tirando onda com as usuária, mais suja que pau de galinheiro e quer ficar tirando onda com as minas.

Comigo tem dessa não, tá agindo no errado, eu dou logo um acorda. Gosto desses bagulho não, real memo.

Tava só de boa, boné tampando o rosto quase todo, tomando um wiskhy do bom porque nois trafica é pra isso, rá, tô de gastaçâo, só que não.

Perto do palco ouvindo um pagode maneiro palmeando tudo ao redor, sou daqueles observador memo, nada passa pelo meu olhar, gosto de manter o silêncio e os olhos ativos.

Pego muita coisa só observando, patrão quer que eu cole sempre com ele por isso, já dei altos alertas nele.

- Caralho, olha como tão diferente as crackeiras mano, tinha coragem de dar uns pegas - Falou um parceiro que tava colando no bonde, apontou para um cantou e eu avistei.

Meu olhar parou na Luria, tinha raspado o cabelo, estava até massa a mina, uma pena a vida que leva po, não desejo isso pra ninguém parceiro, a humilhação é alta demais.

Fiquei uma cota observando ela e a Nina dançando, sorrindo. Que elas saiam logo dessa vida, fé.

Parei meu olho no novo soldado que entrou pra tropa, tava todo agoniado, olhando para todos os olhos, alguma porra tava pegando.

- Colfoi Zói? - Perguntei o encarando sério.

- Nada não mano.

- Se liga rapá. - Me afastei, tirei o cigarro de maconha do bolso, coloquei na boca, acendi e fiquei fumando um de boa no meu canto.

- Fala mano Kennedy - RD chegou ao lado da fiel. Mandou ela andar e parou do meu lado - Tudo pampa?

- Na maciota, palmeia que Zói tá esquisito. - Avisei e ele assentiu com a cabeça. - Tua cocota tão dando prejuízo na barraca em parceiro. Tu se liga que tua dona é maluca.

- Papo reto. Aquela desgraçada ainda tá pegando bebida lá? Já dei última forma otário, muito emocionada, vou fazer essa filha da puta paga tudo o que gastou parceiro.

- Vai pagar com xerecard otário, vai ser a única forma que tu tá ligado - Gastei e ele negou com a cabeça gargalhando.

- Vou guiar que tenho que palmear a mulher pô, aquela desgraçada gosta de uma confusão e não é pouco no bagulho.

- Fé - Fiz toque e continuei ali só observando, quando terminei de fumar fui andando para onde estava quando senti um esbarrão no ombro.

- Colfoi porra, tá com o olho no cú desgraça. - Falei me virando e puxando a braço de quem tinha esbarrado em mim.

A pessoa quase caiu em cima de mim, segurou em meus ombros no mesmo tempo em que segurei sua cintura para sustentar, era peso pena.

Era Luria, ficou toda sem graça, passeou seus olhos pelo meu rosto e eu fiquei acompanhando o olhar dela, apertei sua cintura e pigarreei pra ela sair do transe.

- Foi mal cara, foi essa arrombada que me empurrou.  - Falou depois de um tempo, deu um tapa na Nina com sua mão livre, ela sorria.

Tudo maluca essas porra.

- Me solta gatinho, tenho que botar meu cavalo pra andar - Falou e eu soltei ela de imediato.

Já sai logo, ajeitando o boné na cabeça e negando com a mesma.

Fiquei avistando até achar uma mulata, fiquei na dela até sair do grupo das colegas, me aproximei e logo ela caiu na lábia do brabo aqui, levei pro barraco e vrau. Só sentada no bilau.

**********

Hellooooow.

Acho que alguém começou a ser notada mais de perto.

Vou tentar fazer uma maratona para vocês, MAS, vai depender da colaboração de vocês nesse capítulo. Então bora votar e comentar meu povo.

O que esperam que vá acontecer nos próximos capítulos?

Querem que eu solte os capítulos tudo de uma vez ou vá soltando conforme eu vá escrevendo?





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