Cento e Três

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Luria Narrando.

Me arrumei e decidir ir jantar com o Kennedy em um restaurante aqui do morro mesmo.

Descíamos de mãos dadas quando eu vi uma mãe puxando a criança pelo braço e batendo nela de chinelos eu ia ignorar, mas no momento que ela deu um tapa no rosto da criança eu fiquei possessa.

- Tá maluca? - Perguntei soltando a mão de Kennedy e me aproximando dela e a separando da criança.

- Maluca tá você de está se metendo em uma coisa que você não tem nada haver - Rebateu - Agora me dá meu filho - Falou tentando puxar o menino que se escondeu atrás de mim.

- O que ele fez pra merecer um tapa na cara? Essa criança tem quantos anos? 5? - Perguntei e ela nervosa tentava puxar a criança e acabava arranhando ela. Dei um empurrão fazendo ela cambalear para trás.

- Já falei pra tu não se meter - Veio pra cima de mim com tudo e eu a empurrei novamente a fazendo cair de bunda no chão.

- O que você fez meu amor? - Perguntei para a criança.

- Eu só queria ficar blincando no parquinho tia - Respondeu chorando.

- Quer bater em alguém, então bate em mim - Falei indo pra cima dela . - Vem.

- Já falei...

- Cala a porra da boca - A interrompi - Olha pra essa criança, teu filho cara, você não pode bater nele principalmente na cara só porque a criança queria brincar. Se você tá com problemas guarda pra si, não desconta na criança, ele não tem culpa, ele não pediu pra nascer.  - Ela começou a chorar.

- Eu, eu... - Tentou falar.

- Não faz isso com teu filho, não faça ele ter medo de você e futuramente raiva. Você não sabe o quanto tem pessoas por aí querendo ter um filho e não podem.   - Falei mais calma - Se eu ficar sabendo mais uma vez que você está fazendo isso com essa criança, eu vou chamar o RD pra fazer o mesmo com você ou pior. - Falei bem séria e ela assentiu com a cabeça ainda chorando.

Ela se levantou e estendeu a mão para a criança que recuou, me virei para a criança abaixando em sua frente, olhei para a mulher que abaixou junto.

- A mamãe não vai mais te bater tá bom? Ela ama muito você e sabe que você é uma criança linda que merece todo amor do mundo. - Falei e a criança me abraçou, me fazendo sorrir. - Agora dá um abraço na mamãe que ela tá precisando - Incentivei e ele foi.

- Obrigada - Ela falou me encarando.

- Seja uma boa mãe - Acariciei seu ombro e me levantei e cacei Kennedy que estava fumando. encostado na parede.

Um garoto correu até ele e lhe deu abraço depois saiu correndo. E aproximei dele e o encarei.

- Instinto materno foi? - Perguntou e depois soltou a fumaça da boca.

- Só não gostei dela bater na criança no meio da rua principalmente no rosto e se você souber o motivo vai querer dar uns cascudos nela.

- Você é contra bater? - Perguntou.

- Depende da situação, um tapa, uma chinelada na bunda as vezes não faz mal. - Ele fumou uma última vez e jogou o cigarro no chão pisando em cima -  Sei que cada mãe tem sua forma de criar, mas ela exagerou e sabe disso. E eu não passo pano pra atitude errada.

- Só não vai se meter toda vez, se vê algo errado ao extremo conta pra mim e eu falo com RD e a gente resolve essas paradas. - Segurou em minha mão e voltamos a caminhar.

- Pode deixar meu patrão - Falei brincando e ele sorriu.

Chegamos no restaurante e jantamos com direito a sobremesa, andamos um pouco pelo morro e depois fomos para casa.

- Meu Deus - Falei colocando a mão na cabeça.

- Colfoi? - Kennedy perguntou.

- Eu ia para igreja hoje - Falei e ele me encarou séria.

- Faltou a igreja para fornicar, que feio Luria. Tem vergonha na cara não parceira? - Perguntou na maior cara de sonso possível.

- E você não fez nada né. Santo do pau oco.

- Que isso jamais pô. Tô só pronto pra outro round se tu quiser - Falou e eu gargalhei.

- Não cansa né? - Deitei minha cabeça em seu peito.

- Com uma mulata dessa tem nem como parceiro, gostosa pra caralho - Falou. - Nós tem que casar logo pô.

- Vivemos como casados meu bem. - Falei.

- No papel pô, tudo certinho conforme a lei rapá.

- Não me lembro de ter sido pedida nem em namoro, imagine em casamento - Dei de ombros e ele me encarou sério. - Sem pedido sem priquito - Brinquei e ele se ajoelhou na cama rapidinho me fazendo gargalhar, ele gargalhou junto e me derrubou na cama subindo em cima de mim.

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HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora