Cinquenta e Cinco

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Luria Narrando.

- Moço não tem nada aqui que vá te interessar, acabei de me mudar pra cá cara, faz isso comigo não, ralei demais pra conquistar tudo o que eu tenho aqui.

- Perguntei alguma coisa porra? Deita logo na porra do chão - Falou mais alto e eu me deitei devagar ainda com a panela na mão.

Como é que pode cara, acabei de me mudar pra cá e arrumo uma dessa nas costas.

Estava muito nervosa, contrariada mesmo. Sempre tive a curiosidade de saber qual a dor de levar um tiro, mas quero permanecer na curiosidade, então permaneci quieta no chão enquanto o desgraçado fuçava minhas coisas.

Uma vontade enorme de chorar me invadiu, mas eu me contive.

- Cadê o dinheiro? - Perguntou me encarando.

- Tá lá no quarto dentro de uma bolsinha.

- Levanta e vamo lá

Assenti e me levantei indo até lá com ele, entrei no quarto e apontei para onde estava a bolsinha.

- Moço não faz isso, eu preciso desse dinheiro.

- Cala a boca desgraça -  Ele foi na direção dela e nessa hora eu tive uma oportunidade de tacar a panela na cabeça dele.

E sem titubear eu taquei e foi com força, o cara bambeou e caiu, eu chutei o fuzil de sua mão pra longe, corri até o mesmo e peguei mirando na direção dele com um pouco de dificuldade porque era pesado. Estava muito nervosa.

- Levanta, antes que eu atire em você - Falei tentando não falar com a voz trêmula.

Ele levantou e estendeu as mãos em forma de rendição. Ele tentou vir pra cima de mim e eu apertei o gatilho, acho que não havia balas.

Pensei que ele iria pegar de volta a arma mas ele ao invés, tirou a máscara.

Na hora que eu olhei para aquela cara de Kennedy, eu fiquei muito puta. Como esse desgraçado arrumou uma dessa comigo.

- Tua cara de medo foi a melhor - Colocou a mão na barriga sorrindo. - Moço não faz isso - Imitou a minha voz, eu não estava achando um pingo de graça, só Deus sabe o quão nervosa eu estava, tava me tremendo demais.

- Pega suas coisas e vai embora - Joguei o fuzil em cima dele e me virei indo em direção ao banheiro. Lavei meu rosto umas duas vezes e respirei fundo.

Nunca havia ficado na mira de uma arma e agora digo a vocês que é horrível a sensação de saber que pode levar um tiro e morrer a qualquer momento.

Saber que tu vai perder as coisas que tu tanto batalhou para ter. Tem pessoas que ficam traumatizadas. Gente sério, não desejo isso a ninguém.

Assim que sai do banho estava lá em frente me esperando sair. Nem olhei pra cara dele. Quando eu estou com raiva prefiro ficar só pra não fazer merda.

- Luria - Chamou.

- Sinceramente não esperei que tua primeira visita fosse ser assim. - Me virei o encarando - Que brincadeira mais idiota Kennedy, caralho eu quase morri do coração de nervoso.

- E você quase rachou a minha cabeça mano, olha o tamanho desse galo - Apontou para a testa e estava grande mesmo.

- Bem feito. - Falei.

- Pô, foi mal cara, tava só gastando por causa do que você disse na mensagem. Viu só eu sou muito homem - Bateu no peito.

- Muito moleque isso sim - Falei de supetão.

- Opa, aí não pô, colfoi, aí já é tiração com a minha cara. - Fechou a cara.

- Tiração com a minha cara foi o que você fez. - Falei brava apontando o dedo nele - Ai Kennedy ó, vai embora se não a gente vai se estranhar e não vai ser legal.- Comecei a empurrar ele até a porta.

Ele segurou meus braços de leve e me parou, me encarando.

- Luria - Falou e eu respirei fundo.

- Vai Kennedy - Falei e ele me puxou para um abraço e eu me desvenciliei dele rápido - Vaza.

Na hora que ele sai, eu só senti o cheiro de queimado. Minha comida, corri pra cozinha e estava tudo queimado.

- Droga - Esbravejei. - Ah não minha comida - Peguei as panelas e coloquei na pia jogando água em dentro delas.

Aproveitei para lavar logo as panelas, depois subi no quarto, coloquei uma roupa e peguei um dinheiro na bolsinha.

Quando abri a porta Kennedy estava lá com um lanche na mão, com uma cara de cachorro sem dono, assim que me viu ele ergueu o saco que tinha o símbolo do MC Donald's.

Apenas peguei o lanche e bati a porta na cara dele, mas como estava sem fechadura por causa da gracinha do bonitinho a mesma abriu novamente.

- Ah, faz favor de arrumar a fechadura, pra hoje - Falei enquanto pegava um hambúrguer e mordia, fui para o quarto e me sentei na cama, quando terminei de comer fui para a cozinha e joguei o saco no lixo.

Voltei e olhei para a porta e o bonitinho estava arrumando a porta.

- Quando terminar fecha a porta e bate o portão que eu irei dormir - Falei me virando e indo para o quarto.

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Sugestões?

Tô de olho nos comentários.

Beijos 😘

HeroínaKde žijí příběhy. Začni objevovat