Vinte e Dois

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Kennedy Narrando.

Fiquei observando ela na cama, caralho mano, sabia que o bagulho era difícil, mas porra, difícil e pouco, sofrimento tá em nível elevado cara.

Peguei no pulso dela tentando sentir os batimentos dela, depois de uma cota senti e estava fraco pra caramba.

Me levantei na intenção de chamar a enfermeira e senti ela segurar meu braço.

- Tu não tava desmaiada cara? - A olhei surpreso e ela ainda continuava de olhos fechados.

- Estou me sentindo fraca - Falou com um pouco de dificuldade.

- Vou chamar a enfermeira pa tu.

- Ela não pode fazer nada - Respirou fundo - Não sei se vou aguentar por muito tempo.

- Vai sim pô, para com esses papos tortos, quer levar uns petelecos? - Falei e ela sorriu de lado.

- Você pode me ajudar a banhar? - Pediu.

- Mas tu não se aguenta em pé, como faço?

- Geiza me banhou com uma cadeira de rodas da última vez.

- Jaé - Me levantei e saí do quarto, olhei pelo corredor para ver se encontrava uma, achei e saí carregando pro quarto.

- O que o senhor...

Olhei de cara feia e a moça rapidinho se calou, ah colfoi, me deixa porra.

Entrei e coloquei do lado da cama, peguei ela a ajudando a sentar, tirei sua roupa e ao ver ela despida me deu mó dó mano, dava pra contar os ossos das costelas da mina parceiro. Caralho.

A peguei no colo peso pena a mina tava mano. Coloquei na cadeira e ela segurou nos lados.

Liguei o chuveiro e a coloquei em baixo, ensabooei o corpo dela, lavei o pouco cabelo com shampoo e condicionador.

Entreguei o sabão a ela e pedi para ela lavar suas partes. Papo de senso né cara, chegar metendo a mão na xereca da mina, jamais.

Me virei e ela lavou, assim que terminou sequei ela e a ajudei a se vestir.

- Hora do lanche - A tal enfermeira chegou com uma bandeija em mãos.

- Ai, não quero comer não - Falou fazendo cara de enjoou, pa tu vê né.

- Ih, tá mandada, vai comer sim rapá, dá aqui - Pedi a bandeija e a enfermeira me deu, coloquei no colo e peguei o iogurte dando a ela - Come ligeiro. - Passei geleia na torrada e fui dando a ela, no final ela comeu tudo.

- Obrigada - A enfermeira agradeceu e eu balancei a cabeça assentindo.

Do nada Luria levantou e começou a mexer nos móveis que tinha no quarto procurando coisa embaixo da cama, a olhei confuso pra porra.

- Que pira é essa cara? - Ela começou a conversar sozinha andando de um lado pro outro no quarto, colocou a mão na cabeça reclamando de dor.

A puxei pelo braço, prendi ela entre minhas pernas e segurei seus braços.

- Eu preciso de drogas, eu preciso, só umazinha - Sussurrou e começou a se balançar, apertei mais e ela parou.

- Para com isso porra - Falei e do nada ela começou a se tremer, boto fé não que a mina tava dando tiricutico, puta que pariu mermão.

Coloquei ela na cama e ela tava dando aquelas paradas de convulsão.

- Aê, alguma ajuda aqui mano, a mina tá na tremedeira - Falei alto e a enfermeira logo entrou, olhou ela e saiu de novo - Volta aqui vacilona do caralho - Falei segurando o corpo de Luria.

Ela voltou com uma seringa na mão e pediu para eu segurar o braço dela, injetou algo e logo Luria foi parando.

Trouxe um bagulho com painel colocou nela e logo os batimentos dela apareceram na tela, trouxe uma bolsa de soro e colocou o acesso na mão.

- Preciso fazer um exame rápido - Disse tirando sangue de seu braço, assenti com a cabeça.

- Essas paradas é normal?

- Sim, vou verificar se a droga já saiu do sangue dela, se ela acordar, cuidado para ela não puxar o braço e tirar o acesso.

- Jaé - Fiquei uma cota lá e nada dela acordar, tirei o boné e cocei a cabeça, que doidera meu parceiro, caralho. Olhei as horas e precisava me mandar, logo tinha turno.

A olhei pela última vez e me saí, passei pela enfermeira entreguei a chave.

- Ela tá bem? - Perguntei

- Tá sim, já vai? - Apenas assenti com a cabeça ajeitei o boné e saí, fui pra minha goma, tomei um banho refletindo por tudo que vi a mina passar.

Porra, isso não é vida pra ninguém não cara, recuperação sofrida demais, puta que pariu.

Logo terminei peguei minha peça colocando a bandoleira e saí de casa, correr atrás do meu porque se eu não for ninguém vai.

HeroínaWhere stories live. Discover now