Quarenta e Um

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Luria Narrando.

Ontem passamos o dia arrumando o quarto de Keise, eu iria dormir junto com ela,  e também aproveitamos muito a presença dos pais da Keise que fizeram questão de fazer uma sessão cinema onde todos dormimos no sofá.

Hoje como de costume acordei cedo ninguém ainda havia acordado, me levantei fiz minha higiene matinal e troquei de roupa  pois estava de pijama e peguei 10 reais da minha bolsinha guardando no bolso do short.

Sai do quarto e fui em direção da cozinha para preparar um café, assim que terminei saí para comprar pão.

Recebia alguns olhares confusos, outros surpresos, cheguei na padaria e fui no balcão, pedi os pães e logo fui para ao caixa ainda era o mesmo cara que dava pão para eu e Nina.

- Bom dia - Falou pegando o saco de pão e olhando o mesmo - Deu 3, reais. - Falou e me encarou, entreguei o dinheiro a ele e ele me deu o troco - Eu conheço você não conheço? - Perguntou com o cenho franzido.

- Sim, e eu te agradeço por todas as vezes que você me deu pão mesmo que duro para me alimentar - Falei e ele arregalou mais os olhos.

- Luria? - Eu assenti com a cabeça - Mudou demais, fico feliz em te ver bem.

- Obrigada! Ah, aonde eu estava diz curso de confeitaria, se tiver vaga viu.

- No momento não temos vaga, mas trás um currículo porque se por um ventura surgir, eu entro em contato com você.

- Tá bom, depois eu vou trazer para você - Ele assentiu e eu saí da padaria voltando para a casa dos pais de Keise.

Voltei observando mais a favela, não senti muita falta porque as últimas lembranças não eram tão boas, mas espero ter daqui para frente.

Cheguei em casa e Tia Thayná já estava na cozinha com Tio Hugo.

- Bom dia - Cumprimentei eles e coloquei o pão em cima da mesa - Fui ali na padaria comprar pão pra gente. - Falei.

- Bom dia - Responderam em uníssono.

- Você acredita que Keise acordou a gente e saiu doida aí pela favela atrás de você? - Hugo disse e eu sorri negando com a cabeça.

- Tava achando que tu tinha ido atrás de droga - Thayná completou, eles sabia de todo meu histórico, não tenho vergonha do que eu fui um dia, pois fez parte da minha história e do que sou hoje e serei no futuro.

- Eu entendo o medo dela - Não fiquei chateada e sim feliz por tamanha preocupação dela. Logo a porta se abriu e Keise entrou.

- Eu não consrgui encontrar minha amiga, onde será que aquela vagabunda se enfiou, juro que se ela tiver mexendo com coisa errada eu dou uma surra nela - Ela ainda nao tinha chego na cozinha - Ah você tá aí - Falou assim que chegou e eu sorri pra ela.

- Só fui comprar um pão - Estendi as mãos em forma de rendição e ela ficou sem graça.

- Me desculpa amiga é que eu...

- Relaxa garota, só agradeço pela preocupação. Até tentei achar a pedrinha mas não encontrei - Brinquei a fazendo sorrir - Agora vem, vamos lanchar. - Nos sentamos a mesa e lanchamos.

Os pais de Keise eram bem tranquilos, bom pelo menos aparentavam. Eu até entendo um pouco o pai dela, ele quer proteger ela e tudo mais, porém fazendo isso fica pior, acho que ele deveria confiar nela, vai que numa dessas fodelância dela, ela acha alguém para sossegar.

Fora que pai e mãe não criam os filhos para eles mesmo né.

Estava com uma ideia na cabeça porém estava com muita vergonha de pedir a Thayná.

- Aí amiga vai logo, se você não for vou chamar ela aqui - Keise me incentivou do jeito dela - Para de besteira minha mãe não vai negar não - Respirei fundo e fui caminhando em direção a sala.

- Tia - Chamei e ela tirou a atenção da televisão para me olhar.

- Oi minha linda.

- Eu queria pedir uma coisa para a senhora.

- Pode falar. - Bateu no sofá para eu sentar, me sentei ao seu lado e a encarei.

- Eu queria pedir para a senhora para eu fazer bolos no pote aqui na casa da senhora para vender. Eu vou comprar tudo, só preciso dos eletrodomésticos da senhora emprestados.

- Mas é claro, pode usar tudo que precisar. - Falou e eu sorri para ela - Muito bom ver uma menina esforçada como você.

-  Prometo deixar a cozinha intacta e ajudar nas contas.

- Que isso menina, jamais tirarei de quem tem pouco, mas a cozinha que limpa e também que deixe um bolo pra mim todo dia - Piscou para mim e eu sorri assentindo.

- Muito obrigada - A abracei apertado, assim que soltei ela fui para o quarto de Keise. - Ela deixou - Falei e ela bateu palminhas, procurei minha bolsinha com dinheiro e tirei o dinheiro colocando no bolso do short.

- Já vai começar hoje? - Perguntou e eu assenti com a cabeça.

- Não posso perder tempo amiga, tenho que ganhar meu dinheiro para logo mais estar no meu cantinho. - Falei - Vamos comigo no mercado? - Perguntei e ela se levantou - Tia vamos lá comprar as coisas, tá bom? Já voltamos - Avisei assim que chegamos na sala, ela assentiu e nós saímos.

Chegamos no mercado e eu fui pegando as coisas que iria precisar, no caso, farinha de trigo, ovo, as massas, manteiga, leite, chocolate, creme de leite, leite condensado, cenoura, abacaxi, côco, os potes, as tampas dos potes, formas, uma garrafa térmica maracujá e polpa de caju para fazer suco.

Comprei uma boa quantidade de cada para fazer muitos bolos. As compras iam passando no caixa e eu já rezando para o dinheiro dá. Suspirei aliviada quando ela falou o valor. Praticamente a conta certinha.

Voltamos para a casa de tia e eu já fui direto para a cozinha organizar as coisas, hoje iria fazer três sabores, chocolate, prestígio e abacaxi.

- Mão na massa - Keise falou e eu assenti.

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Oi mores.

HeroínaWhere stories live. Discover now