Doze

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Luria Narrando.

Aline percebeu que eu ia na intenção dela e tentou correr, mas eu fui mais rápida e a puxei pelo cabelo a virando pra mim.

- Corre não vadia - Falei entre dentes. Não era de hoje que ela tava na minha mira, já me humilhou e se divertiu da minha desgraça demais. Hoje a gente tira nossas diferenças.

Dei só retão na cara dela, ela veio na intenção do meu cabelo mas esqueceu que ele está curtinho curtinho. Otária.

A rodei pelo cabelo e a joguei longe no chão fui pra cima dela e comecei a distribuir socos pelo seu corpo, principalmente no rosto.

Ela me arranhava nos braços e tentava se defender com a mão, mas eu ia em outro lugar fora do alcance de sua mão.

Senti um murro na cabeça e era uma amiga dela vindo na covardia.

- Deixa as duas porra, se for na trairagem vai ser cobrada também filha da puta, se liga desgraça. - Ouvi uma voz masculina mas não sabia nem quem era e nem me interessava.

Achei uma possa de lama e me levantei arrastando Aline pelo cabelo até próximo dela.

- Socorro, alguém me ajuda - Pediu tentando tirar minhas mãos de seu cabelo.

- Você não me ajudou a cair na lama, não gostou de me ver nela, agora vai sentir o gostinho dela.

Virei sua cara e comecei a esfregar na lama, quanto mais ela se debatia mais eu esfregava. Eu fui ficando cega, transtornada.

Perdi o controle a virando pra mim e comecei a bater a cabeça dela no asfalto até sentir me puxarem.

- Não precisava disso - A mãe de Nina falou.

- Cala a sua boca velha imunda, não precisava você ter aberto mão da sua filha tão rápido, ter deixado sua filha no mundo das drogas sendo que você podia fazer ou tentar fazer de tudo para tirar ela dessa vida. A sua falta de luta por ela só fez ela se afogar mais nessa vida. Vocês não fizeram nada por ela, nada nesse inferno e agora querem ficar aqui chorando, agora não adianta mais, não adianta, ela não vai voltar, não vai, vocês vão viver com esse remorso em vocês, você não foi mãe, apenas gerou. Essa filha da puta zombou da morte da sua filha e você nem aí. - Tentava me soltar mas a pessoa me apertava cada vez mais, ela fingiu chorar e eu fiquei mais puta ainda - Velha asquerosa, falsa, fingida, lágrimas de crocodilo, cobra peçonhenta. - Comecei a xingar com vontade mesmo até perceber que estavam me tirando dali.

Percebi que estava em outro beco, senti minhas costas na parede.

- Chega de show porra, já deu o que tinha que dar mané, pode meter qualquer fita que a mina não vai voltar pro mundão não, fica na maciota se não o bagulho vai ferver pro teu lado garota. - Meteu sérião e eu calada estava, calada fiquei, era o mesmo cara que eu esbarrei - Tá ligada que vai descer pro desenrolo né? - Apenas assenti com a cabeça e ele saiu me deixando sozinha.

Não contive as lágrimas me abaixei ao chão chorando.

- Bora garota, levanta dessa porra - Falou e eu ali permaneci chorando. - Qualé cara, tá tirando no bagulho. - Ouvi passos, ele estava se aproximando.

- Ela não devia ter morrido, era minha única amiga, agora eu estou sozinha nessa vida desgraçada - Falei baixo.

- Não adianta ficar reclamando da vida se tu não faz porra nenhuma para sair dela, tem que ter atividade no bagulho, agora levanta e bora. - Falou rude, me levantei e acompanhei ele.

Logo chegamos, Aline já estava lá em pé de cabeça baixa, assim que chegamos ela me encarou, sua cara cheia de lama me deu vontade de sorrir. Tampei a boca e ela ficou puta.

RD estava de frente pra ela e sua tropa atrás dele, fiquei de frente pra ele também e o encarei, sua feição não estava nada boa.

- Não adianta dar o papo que não gosto de bagunça na porra da minha favela, vocês fazer gostam de furdunço nessa desgraça. Bora pode soltar o papo logo.

- Eu só estava passando e ela do nada me atacou - Aline deu uma de fingida a encarei e cerrei os olhos nela, minha vontade era de socar ela de novo, mas não queria piorar a situação. Um vapor se aproximou e deu um tapa na cabeça dela.

- Porra nenhuma Aline, da o papo certo que aqui tu se fode parceira. Ela que começou essa porra todinha. A mina tava de boa na dela e ela chegou de palhaçada. Dá o papo aí mina. - Falou pra mim e eu assenti com a cabeça.

*****

E aí mores, o que acharam?

O que acham que esse desenrolo vai dar?

HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora