Quarenta e Sete

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Luria Narrando

1 semana depois.

Hoje era um sábado, acabei de chegar na casa dos pais de Keise, estava vendendo os bolos e aproveitei para pegar os panfletos que eu havia mandando fazer.

Keise encheu tanto meu saco que acabei me dando por vencida de ir hoje ao baile com ela, eu quero evitar o máximo lugares que tem as substâncias que me fizeram ser dependente química, mas eu tenho que me acostumar com isso, estar perto, ver e não fazer o uso.

Tomei um belo de um banho colocando o cabelo na hidratação e me deitei um pouco, o sol estava escaldante e graças a Deus estou com uma clientela boa, ando fazendo mais bolos que o de costume porque acabava e tinha gente que me procurava para comprar e eu não tinha.

Já tenho uma boa quantia e daqui a pouco vou sair mais Keise para procurar um lugarzinho para eu morar, ela foi fazer uma entrevista em um salão aqui mesmo no morro.

Aproveitei e fui fazer tirar a cutícula e esmaltar minhas unhas, quando estava terminando ela chegou.

- Consegui miga, começo segunda feira. - Chegou toda animada, parei o que estava fazendo e fui abraçar ela.

- Parabéns ami, você merece demais, vai ser sucesso naquele salão, que Deus te abençoe nessa nova jornada e te guie.

- Obrigada, tô tão feliz, vou comemorar demais naquele baile. Já escolheu sua roupa? - Perguntou enquanto eu voltava a me sentar na cama para terminar as unhas.

- Já sim. Não esquece que a gente marcou de ir olhar as casas em.

- Ai não amiga, não quero que você se mude - Fez beicinho.

- Pó parar em, nada disso só vou me mudar, nem to morta.

- Ave cavala, credo - Falou e eu sorri.

(...)

Meia noite, a hora que estamos saindo de casa para ir para o baile, dizendo Keise que quando irmos mais tarde melhor vai ser o fluxo.

Amanhã eu vou me mudar para minha casinha nova, conversei com RD e depois de muito pedir ele financiou a casa pra mim pagar para ser minha.

Porque dinheiro de aluguel é um dinheiro sem volta e sem investimento nenhum.

Saímos da casa de Keise e fomos caminhando em direção ao baile, de longe já se ouvia os funks proibidos.

Chegamos e fomos na barraquinha, eu pedi um copão de cerveja pretendendo tomar só o mesmo, trouxe pouco dinheiro e prefiro comer do que beber.

Fiquei só observando um pouco enquanto Keise já estava arrasando na dança.

- Vai amiga, dança - Falou jogando a bunda pra mim, tomei um gole da cerveja e comecei a balançar no corpo.

Olha pra cara da nossa tropa
Vai com o rabetão no chão.

Coloquei uma mão no joelho enquanto a outra segurava o copo e fui descendo rebolando, subi jogando a bunda para os lados e Keise bateu palminhas, neguei com a cabeça sorrindo e continuei a dançar.

Tomei mais um copo de cerveja e já estava ficando brizadinha, porque há uma cota não tomo bebida alcoólica.

Estava me acabando de dançar, lembrando dos velhos tempos antes de eu ter me tornado uma dependente química.

- Porra, negra linda demais velho, se eu tivesse um chance - Me virei para encarar e era um cara negro, bem charmoso - Prazer Juan - Estendeu a mão e eu estendi vendo ele beijar a mesma, sorri com seu ato.

- O famoso don Juan cafajeste? - Perguntei. - Sou Luria.

- Jamais - Sorriu de lado e se aproximou colocando a mão na minha cintura - Posso te beijar - Perguntou e eu assenti com a cabeça fechando meus olhos.

Logo senti seus lábios nos meus, um beijo mediano, nem rápido nem devagar, nossas línguas se esbarravam e nossos lábios se encontravam, coloquei minhas mãos nas laterais da sua cintura e ele aprofundou o beijo.

Paramos o beijo por falta de ar.

- Vamos para o carro? - Perguntou e eu gargalhei.

- Obrigada pelo convite mas não - Falei e ele assentiu saindo, eu em, vou nada sentar pra um cara assim tão fácil.

Olhei para o lado e Keise estava ficando com um bofinho, falei que ia ao banheiro para ela, só não sei se ela entendeu.

Fui andando em direção ao banheiro, quando cheguei lá, abri a porta e tinha umas gurias cheirando pó, na capinha do celular, assim que vi engoli saliva, respirando fundo.

Tentei me mover mas não conseguia, assim que elas me viram ali olhando elas, sorriram pra mim.

- Eai, quer dar um tapa? - Perguntou uma delas.

HeroínaWhere stories live. Discover now