Quinze

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Kennedy Narrando.

- Vamos -  Luria respondeu com um sorriso no rosto, parecia criança quando ganha um doce mané.

- Dê tchau para o seu... -  Falou mas foi interrompida por Luria.

- Responsável.

- Isso, se despeça enquanto eu vou ligar para o motorista da igreja te levar para a casa de recuperação. - Assenti com a cabeça e ela saiu, Luria se virou para mim com os olhos cheio de água.

- Ih rapá, qualé que tu tá chorando pô? - Perguntei para ela.

- Ah véi, finalmente eu vou ter a chance de sair dessa vida, me reconstruir, sair de lá outra mulher, pensa só, vai ser muito bom. - Falou e seus olhos brilhavam, caralho, ver isso é massa demais, mina queria mesmo sair dessa vida.

- Então para de chorar pô, apenas sorria, já chorou demais nessa vida que levava não acha não? - Ela assentiu - Então mina, agora foca em rapá , atividade lá no bagulho jaé? Vai ser mamão não, mais tu da conta, só foca e tenha fé parceira. - Ela limpou o rosto e assentiu com a cabeça.

- É isso ai parceiro pode deixar que vou ficar na atividade tá ligado, sem falhar na missão pô - Gastou gesticulando arminha com a mão e eu sorri.

- Brinca muito tu pô - Falei e ela gargalhou.

- Obrigada viu, por ter me trazido, por ter se responsabilizado por mim. - Agradeceu pegando em minha mão e dando um beijo, dei um beijo na mão dela também e ela sorriu com os olhos cheios d'água. - Prometo não te dar trabalho.

- Vou dar um pescotapa se tu chorar caralho - Falei e ela limpou os olhos rapidamente.

- Vamos Luria? O rapaz chegou - A moça chamou e ela assentiu.

- Um abraço? - Perguntou e eu puxei ela pra um abraço como resposta. Não gosto muito dessas melação com mina que mal conheço não tá ligado, mas um abraço não mata ninguém não pô.

- Obrigada mais uma vez - Falou me largando e dando um beijo em minha bochecha e eu assenti com a cabeça.

- Fé - Falei e fizemos um toque de mão, ela se virou indo até aonde a moça estava.

Ajeitei o boné na cabeça e guiei para o local onde foi o desenrolo, estacionei a moto e joguei a chave para o patrão.

- E a mina lá? - Perguntou RD.

- Deve tá quase chegando no bagulho lá pô. - Falei pegando uma ceda e uma dolinha no bolso começando a bolar um.

- Mina massa ela pô - Lelek falou. - Tomare que saia de lá 100%.

- Ideia - RD falou. - Tô ligado na do Zoio, tudo constando que o buceta é um x9, só falta uma confirmação. 

- Tem que ficar esperto patrão, esse cara pode passar idéias importantes.

- De amanhã não passa não Kenny, e tu vai estar na cobrança.

- Jaé, vou me mandar, qualquer coisa aciona - Falei me levantando e fui guiando para casa, um quarto, sala, cozinha e banheiro, casa simples mas no meu nome e é isso que importava.

Tomei uma ducha e decidi ir na coroa. Ia meter mo bronca como sempre, venho ver ela todo dia, e toda vez mete bronca em mim.

- Quem é vivo sempre aparece em Kenny - Falou assim que pisei na casa dela.

- Bença mãe? - Falei estendendo a mão pra ela que segurou.

- Deus te abençoe meu filho. - Dei um beijo em sua testa e me sentei ao seu lado.

- Tá precisando de alguma coisa coroa?

- Não meu filho, aquele dinheiro que tu deu conseguir comprar tudo e mais um pouco.

- Então faz um rango daquele pa nois que eu to na larica - Falei passando a mão na barriga.

- Parece que tem é um buraco na barriga, ave maria menino, só quer saber de comer. - Ela foi para a cozinha e eu fui atrás dela, ajudei ela a preparar o rango enquanto a gente conversava.

Minha mãe sabia o que eu fazia, no início foi bronca em cima de bronca, até me bateu com cabo de vassoura dizendo que era falta de surra, só que de nada adiantou.

Ela não aceita porém não me rejeita, continua me tratando como sempre me tratou, amor de mãe é tudo na vida de um homem pô.

Cê tá doido.

- Cala a boca seus filho de égua -Minha mãe dizia tentando responder os cara no rádio e nem o botão tinha apertado - Neguei com a cabeça e tirei o rádio da mão dela

- Desliga a porra desse rádio Kenny, essas homaiada tudo gritando.

- Eles gritam de lá e a senhora de cá, aí fode mano. - Falei e ela sorriu.

- Neném de mãe, dorme aqui hoje vai - Pediu e eu a encarei.

- Só se fizer aquele pudim maroto. - Falei e ela assentiu.

- Vamos assistir filme a noite toda - Sorriu. 

- Mas a senhora tem que parar de contar as parada que vai acontecer no filme pô.

*****

Prontinho, narração de quem vocês queriam. Gostaram?

Tô postando todo dia em, mereço muitos votos e comentários.

Se quiserem deixar ideias do que acontecer nos próximos capítulos, estou lendo os comentários de vocês e anotando.

Cheiro.

HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora