Noventa e Dois

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Uma puta duma sacanagem não é? Então vamos de meta que será crescente

Meta: 350 votos e 250 comentários.

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Luria Narrando.

Bundinha saiu e eu fiquei na loja, quando deu meio dia eu fechei, e entrei para tomar um banho, coloquei uma calça jeans, uma blusa de alcinha e uma sapatilha.

Deixei o cabelo bem cacheado, peguei minha bolsa e saí de casa trancando ela.

Desci o morro e fui pra parada, peguei um ônibus e logo cheguei no consultório, já cheguei pegando um copo com água e pegando a senha pro atendimento para colocar que estou aqui, depois que fui atendida me sentei para esperar.

- Luria Ferreira - Quase uma hora depois o médico me chamou e eu me levantei indo para a sala dele.

(...)

Saí meio zonza da sala, ainda sem acreditar no que o médico me disse, foi um baque enorme, eu pensei que estava tudo bem e eu havia saído ilesa da vida das drogas.

Sentia uma vontade de chorar enorme, engolia saliva o tempo todo para ver se conseguia desfazer o nó na garganta.

Sai do consultório e fui andando pelas ruas, até chegar a hora de atravessar a rua. Fui atravessando e logo ouvi uma buzina e uma freada de pneu.

- Tá louca garota - Falou o motorista.

- Desculpa - Falei olhando para ele e passei rápido até a parada, me sentei respirando fundo, tentando me controlar. Mordia os lábios e coloquei uma perna por cima da outra tremendo o pé.

Quando o ônibus veio, entrei e fui rumo ao morro

(...)

Subi o morro enquanto tentava ligar para Kennedy, mas o celular dele só chamava, o visto do whatsapp dele tinha sido de quando ele tinha saído de lá de casa.

As lágrimas já começaram a descer sem permissão do meu rosto e eu me apressei para chegar logo em casa.

Me joguei no sofá de bruços e me permiti chorar tudo o que eu tinha de chorar, tudo aquilo que estava preso desde que ouvi as palavras do médico.

A verdade é que tudo que a gente faz na vida, ainda mais coisas ruins, gera consequências, não adianta achar que vai sair ileso, porquê mais cedo ou mais tarde somos cobrados por tais atos.

E o pior de tudo é que a minha consequência não tem cura e muitos planos serão ceifados.

Tudo o que a gente colhe é proporcional ao que a gente planta.

Chorei de soluçar, ouvi meu celular tocando e era Kennedy, fiquei na dúvida se iria atender ou não e acabei não atendendo.

Não dando o troco porque ele não atendeu, mas por simplesmente não saber dar essa notícia a ele, não sei qual vai ser sua reação e sei que não vai ser boa.

Ele continuou ligando e foi aí que eu chorei mais, por estar ignorando que eu tanto amo e por pensar em como ele irá reagir.

Permaneci ali no sofá até eu me acalmar mais e só sobrar o soluço do tanto que chorei, aproveitei para me levantar e ir tomar um banho.

Me despi e fiquei ali debaixo do chuveiro, como se ele aliviasse tudo, depois de me ensaboar, e lavar meus cabelos, me sentei no chão do chuveiro, abracei meus joelhos e fechei os olhos sentindo a água bater nas minhas costas.

Depois de um bom tempo saí do banheiro e coloquei um vestido, fui para a sala e peguei meu celular, na mesma hora que a porta foi aberta.

- Colfoi Luria, tá tirando com minha cara é porra, eu te ligando pra porra e tu me ignorando parceira. Vacilo do caralho. - Abaixei minha cabeça e respirei fundo. - Eu tô falando contigo porra me responde - Se aproximou de mim e puxou meu cabelo com um pouco de força a ponto de me fazer encarar ele.

Um pouco de força pra mim a ponto de doer, já é muita coisa, . Então eu virei um tapa na cara dele.

Se você permitir um beliscão sequer, ele vai se agravando e chega a hora em que você pode estar morta. Então na primeira tentativa de se crescer pra cima de você, mostre a tua força também e revide.

- Ta maluca porra - Falou se afastando, totalmente surpreso.

- Você nunca mais vem querer usar força comigo se crescendo pro meu lado. Comigo é bate e volta. - Falei apontando o dedo na cara dele.

- Caralho mano - Falou baixo e eu abaixei meu dedo.

- Vai embora - Falei sentindo minha voz falhar. Ele me encarou sério e observou bem meu rosto - Tu tava chorando? - Falou todo cabreiro.

- Não. - Respondi seca tentando controlar o choro.

- Colfoi preta, eu te conheço, cara tá inchadona aí. - Falou tentando se aproximar e eu me afastei - Tu foi no médico? Puta que pariu o que deu lá? - Eu não aguentei e comecei a chorar novamente, me virei de costas para ele e fui para o quarto.

- Sai daqui - Falei ouvindo seus passos.

- Desculpa pelo vacilo pô. Mas é o seguinte, vou ficar aqui mermo que tu não queira, vou te deixar na mão não pô.

HeroínaWhere stories live. Discover now