Vinte e Nove

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Luria Narrando.

Hoje era dia de visita e eu só via Keise pela noite, após fazer a digestão fui para a academia, malhar superiores, gente uma coisa que não gosto é malhar braço.

Mas também não deixo de malhar né, tem que definir tudo direitinho. Depois fui ajudar as tias da cozinha, hoje eu pude fazer um bolo recheado.

Decidi fazer bolo gelado de cocô, tinha que fazer uma boa quantidade, a nutricionista queria servir a sobremesa para todos os visitantes também.

Preparei as massas direitinho e coloquei no forno, no tempo que a massa assava eu fui preparar o recheio e a calda para molhar.

- Nossa Luria que delícia - Disse uma tia após experimentar o beijinho(docinho de coco) que eu havia feito para rechear o bolo.

Quando o bolo assou tirei do forno para esfriar, enquanto isso eu almocei, porque ainda não tinha parado para isso, almocei na cozinha mesmo em um cantinho, olhei para o refeitório e muitas famílias estavam alí.

Por um segundo me senti triste, queria muito minha mãe aqui, quero muito que meu pai não tivesse feito o que fez comigo, me dói tanto lembrar que meu progenitor tentou me estuprar, mas me sinto aliviada por ele não estar mais aqui, porque tenho certeza que ele tentaria até conseguir.

E depois continuar fazendo, cometendo esse ato tão horrendo. Se uma tentativa já me dói, imagine a mente de quem já passou por isso. Xô, gosto nem de pensar.

Parti o bolo no meio, molhei bastante a parte de baixo, recheei, coloquei a parte de cima, molhei de novo joguei a cobertura salmeando o coco nele todo, cortei com a ajuda das tias, enrolamos no papel alumínio e colocamos na geladeira.

Tirei a touca, o avental e as luvas, lavei as mãos e saí, fui andando em direção ao estábulo.

Kisha estava deitada em baixo da sombra, me aproximei dela e fiz um carinho em sua barriga.

- Já esta perto desse filhote sair em - Fiquei fazendo carinho nela e depois me levantei, troquei a água dela que estava suja. Fui na direção do macho o qual seu nome era Alazão, ele era todo branco, uma perfeição, seu cabelo era trançado, coisa mais linda, agora a Kisha era preta, aquele preto iluminado sabe.

Filhote ia sair lindo. Coloquei os objetos de montaria e o tirei do estábulo, montei nele e comecei a passear com ele pelo campo.

Um ser humano encapuzado saiu de não sei onde com um pedaço de pau na mão e bateu no cavalo o assustando o fazendo pular, sorte que eu estava segurando se não tinha caído.

Depois deu outra e o cavalo correu rápido, ele acompanhou o cavalo e deu outra, fazendo Alazão sair desenfreado e levantando as patas da frente, eu ia cair, fiquei nervosa.

- Socorro - Gritei - Aí meu Deus do céu, eu vou me machucar - Falei pra mim mesma.

Tentava acalmar o cavalo e de nada me adiantava a única solução que me restou foi segurar no galho da árvore que eu avistei a frente.

Me segurei nela e fiquei pendurada, olha para baixo e estava um pouco alto, fechei os olhos e segurei firme.

- Alguém me ajuda aqui - Gritei, logo o encapuzado chegou e eu fiquei com medo - Socorro, um invasor. - Continuei a gritar.

Na hora que ele tirou o capuz, não acreditei que esse filho da mãe havia feito isso comigo, estava com a cara mais lavada e gargalhava igual um idiota.

Ele ficou abaixo de mim e eu cuspi na sua direção fazendo cair na sua careca.

- Ih, colfoi tá mandada porra - Falou passando a mão no lugar.

-  Agora como eu vou descer daqui Kennedy - Falei e ele sorriu de mim.

- In, colfoi só pular que eu te seguro pô - Estendeu os braços e eu neguei com a cabeça - Anda logo rapá - Falou e eu soltei as mãos do galho e cai, ele quase caiu comigo mas conseguiu me segurar.

Me soltei dele já dando um tapa no mesmo.

- Você é louco, eu podia ter me machucado - Puxei sua orelha e ele fez careta.

- Para sua maluca - Tirou minha mão e colocou a dele em cima. - Doeu sá porra.

- Bem feito.

- Ih olha só cara, venho ver a dona e ela faz e me bater - Sorri dele e neguei com a cabeça.

- Mó sinico mesmo tu - Falei o observando.

- Mas em, como tu tá mermo? - Perguntou me analisando de cima a baixo. - Tá criando umas carninhas, cabelo crescendo, tá ficando massa. Top - Fez gesto com a mão e eu sorri.

- Tô bem, no início foi complicado, a adaptação também, mas tô bem agora.

- Tô ralando que nem condenado por causa de uns bagulhos que aconteceu, ai nem deu constar antes.

- Tudo bem Kennedy, isso não é obrigação sua não, você já me ajudou até demais e sou grata por isso.

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Boa noite mores ♥️

Sugestões?
Votem e comentem muito que amanhã eu volto.

Obrigada a cada uma que comentou principalmente sobre a minha dúvida com a neném, graças a Deus ela melhorou.

HeroínaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant