Oitenta e Dois

4.8K 628 328
                                    

Kennedy Narrando.

Na hora que entrei no postinho com ela nos braços, já vieram com uma maca. Eles sabiam que tinha que ter agilidade nos bagulhos, não só com a gente do movimento tá ligado, com geral mermo.

- O que foi com ela? - A enfermeira perguntou.

- Foi encontrada dentro de uma caçamba de lixo com a tampa fechada pô - Falei

Um enfermeiro pegou no pulso dela e olhou para a outra enfermeira, levantei uma sobrancelha e fiquei esperando ele falar alguma coisa.

- O pulso dela está fraco, ela tem que ir pro oxigênio agora. - Levaram ela correndo e eu respirei fundo passando a mão no rosto. Puta que pariu viu parceiro.

Fui na recepção e uma mina me encarou, peguei um papel e caneta e anotei meu número.

- Se liga, nome da garota que entrou agora - Apontei no papel - Meu número se ela acordar antes de eu voltar, qualquer bagulho sobre ela me liga - Falei sério e ela assentiu com a cabeça.

Sai de lá e entrei no carona do carro com o mano indo pra casa. Ia tomar um banho e ver se conseguia desenrolar algo do que aconteceu com pedrita.

(...)

Cheguei na boca e contei pro RD o proceder e nós já maquinou um plano dahora mermo.

Acionamos a galera que tava na rua na hora que começou o tiroteio e logo chegou uma cambada.

- É o seguinte família - Ele chamava o pessoal do morro assim e os considerava igual tá ligado. - Na hora do tiroteio, jogaram um monte de caixa em cima de uma caçamba de lixo, alguém viu quem foi?

Alguns negaram com a cabeça e outros pareceram pensar sobre, fiquei observando a reação das pessoas e olhei no rosto de cada uma delas ali.

Na hora que eu vi aquele cara eu não tinha dúvida de que tinha sido ele, o único que tinha "motivo" para fazer aquilo era ele, meu sangue ferveu na hora parceiro.

Mas era muito um pau no cú arrombando, tem nem vergonha na cara essa desgraça, boto fé que o nome desse arrombado é Guilherme.

Me aproximei dele em passos ligeiros e já meti um murro no rosto dele fazendo ele cambalear pro lado.

Puxei ele pela blusa e ele me encarou tremendo na base. Joguei ele na frente do RD.

- Foi esse pau no cú aqui - Dei um chute em cada perna dele por trás fazendo ele cair de joelhos no chão.

- Geral pode ralar, valeu aí família - Falou e os moradores mesmo curiosos foram embora. - Como tu tem tanta certeza mano? - Perguntou e eu dei o papo da fita que foi no baile, ele encarou Guilherme - Foi tu moleque? - Ele ficou calado.

Tirei a arma da cintura e coloquei na cabeça dele destravando e colocando o dedo no gatilho. .

- Se não tem língua, também não tem vida, tomar no cu rapá - Atirei e o corpo dele caiu no chão.

- Que isso mano, tava na sede - Falou RD olhando para o corpo.

- Tu tá ligado que eu odeio essas judiaria, Luria poderia te morrido dentro daquela caçamba se não tivessem achado ela naquela porra parceiro. Já te dei ideia que tão pegando no pé da garota só porque ela não dá moral. O próximo que vier de graça vai ter o mesmo fim que ele, tô avisando. - Olhei para os mano que tava lá. - Posso ir ver de qual foi lá no posto?

- Pode pá pô, qualquer b.o tamo ai, fé - RD fez toque comigo e eu saí.

Cheguei no posto e fui na mesma garota da recepção.

- Já ia te ligar? - Falou me encarando.

- Colfoi? - Perguntei e ela engoliu seco.

- É que... - Respirou

- Fala rapá, tem trava na língua por acaso. - Falei já bolado.

- A paciente infelizmente faleceu.

******

HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora