Cento e Um

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Luria Narrando.

Fechei a loja e senti uma vontade enorme de tomar açaí, só porque uma garotinha entrou aqui na loja tomando junto da mãe. Só pra fazer  figa nos outros.

Tomei um banho, me arrumei e fui na lojinha de açaí, pedi um do grande, coloquei os complementos e voltei para casa me sentando na calçada de casa para tomar.

- Opa, valeu - Lelek chegou tentando tomar da minha mão porém eu mordi a dele primeiro. - Ai sua cadela ordinária.

- Me respeita seu cara de toba - Falei e ele gargalhou se sentando ao meu lado.

- Pega um copo pra tu lá dentro que a gente divide - Falei.

- Só vou negar porque tô de bucho cheio, tava comendo lá na quadra pô.

- Comendo comida né? - Perguntei erguendo uma sobrancelha.

- Lógico, sou um varão de responsa - Brincou e eu gargalhei junto dele.

- Coitado, nem pra igreja vai. - Falei e eu me lembrei que fazia um bom tempo que eu não ia a igreja. Mais tarde eu iria. - Cadê a doida?

- Eu serve? - Keise chegou se sentando ao meu lado e tomando o açaí da minha mão.

- Eca, vou nem querer mais comer dessa colher, vai saber aonde tava essa boca - Fiz cara de nojo.

- Mostra aí pra ela aonde tava mô, não melhor não mostrar não, deixa guardado - Falou e eu neguei com a cabeça.

- Sabe quem saiu da reabilitação? - Perguntei e ela assentiu.

- O cara que ela dava lá dentro né? Tal do Kauê, - Lelek perguntou.

- Ah e você não pegava ninguém né, santo do pau oco, virgem de 25 anos - Falou pra ele e eles começaram a discutir, tomei meu açaí de volta e fiquei vendo a discussão, hora eu sorria das palhaçadas dos dois, no final ela ficou sentada no colo dele o abraçando e ele beijando ela.

- Ninguém mandou vocês serem mais rodados que prato de microondas. - Falei e eles me encararam.

- Olha a santa que nunca deu pra ninguém - Keise falou e eu a olhei.

- Olha a santa que o pai precisou colocar no centro de reabilitação porque era uma trepadeira louca.

- Ah então foi por isso que teu pai te botou lá dentro? Bicha mentirosa do caralho. Me disse que era missão da igreja para ajudar quem tava lá dentro. - Gargalhei alto com a desculpa esfarrapada de Keise.

- Olha aí tu me entregando, uma amiga como você nem precisa de inimiga. - Me encarou me dando um tapa no ombro.

- Ué, eu não sabia que tu tinha mentido pra ele - Terminei o açaí e coloquei o copo do meu lado.

De longe avistei a garota da confusão, cabelo todo raspado, ela veio na minha direção e se ajoelhou ficando na minha frente. Olhei para trás dela e RD estava lá a encarando.

- Me desculpa pelo que eu fiz, por querer te destabilizar por conta de um problema seu - Pediu chorando. 

- Chora não flor, cabelo é raiz - Keise falou e ela se levantou e saiu. - Que que essa vagabunda fez contigo?

- Deixa que eu conto - Lelek falou antes de eu abrir a boca e contou tudo pra Keise.

- Porque tu não deu uns tapas na cara dela Luria? Peraí que eu vou lá arregaçar a cara dela. - Tentou levantar e Lelek a segurou.

- Não vale a pena.

- Pena eu tive do meu mano, tá com o saco parecendo de avestruz, maldade o que tu fez pô, tá maluca - Lelek falou e eu o encarei séria.

- Vocês homens são tudo fofoqueiros, credo. - Falei.

- E vocês mulheres não né, ai ai, se o cara der um peido manda mensagem pra outra, amiga ele peidou. - Fez voz fina na última frase.

- Amiga te contei que dei uma dedada no Lelek? Gemeu feito uma bicha. - Gargalhou e ele fechou a cara.

- Cala a boca desgraça - Tentou tapar a boca dela e eu gargalhei.

- Ele com essas idéias de comer cu, na hora do bem bom, dei uma dedada que ele voou longe.

- Caralho irmão, tu levou uma dedada - Kennedy chegou e começou a gargalhar dele.

- Brincadeira mó sem graça pô, garota imoral do caralho - Ela foi abraçar ele e ele empurrou ela.

- Oh amorzinho - Falou rindo da cara dele.

- Que mulher é você rapaz, falando uma coisa dessas pros outros, casa é de dois né de quatro não parceiro.

- Porque se ficar de quatro tu leva dedada - Kennedy gastou e ele se levantou puto e saiu andando. - Usa camisinha em parceiro - Ele deu dedo.

- Deixa eu ir atrás da fera - Keise me deu um beijo e foi atrás dele.

Kennedy me olhou e bati pra ele sentar do meu lado, ele sentou e eu abracei seu ombro.

- Tá mais calmo? - Perguntei e ele assentiu.

- Tranquilo pô.

- Ah bom, porque se precisar te dou uma dedada também.

- Vem com essas brincadeiras sem graça pra cá - Fechou a cara se levantando, me fazendo sorrir.

- Mas que masculinidade frágil gente - Falei vendo ele entrar em casa e me levantei indo também.

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HeroínaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora