Oitenta

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Luria Narrando

- Meu Deus que saudades de você - Geiza dizia me abraçando forte me arrancando sorrisos.

- Eu também estava com muitas saudades - Falei quando nos separamos do abraço.

- E aí como está tua vida mermã? - Perguntou enquanto começávamos a andar pelo centro de recuperação, eu olhava cada cantinho me lembrando dos momentos que já vivi em cada um deles.

Comecei a contar para ele como estava, as coisas que haviam acontecido.

- Sabia que você e Kennedy iam ficar juntos, tinha nem como gente. - Falou assim que contei de nós dois.

- Eu não esperava algo sério, de verdade.

- Porque? - Perguntou.

- Porque as vezes criamos esperanças e acabamos quebrando a cara, então eu prefiro só deixar acontecer, se for de ser vai ser e pronto.

- Pois eu no primeiro beijo já estou querendo ligação no outro dia para marcar encontro - Falou e eu gargalhei negando com a cabeça.

Ela me contou da sua vida, finalmente estava namorando com o professor da academia daqui, dizendo ela que foram muitas provocações até pegar o bofe de vez.

Em falar em academia quando eu me firmar vou voltar a malhar, projeto bumbum na nuca.

Trouxe bolo para ela, sentamos na grama enquanto ela lanchava do bolo, depois de um tempo ela teve que atender um paciente e fiquei mais um pouquinho.

Passei nas tias da cantina pra matar a saudade um pouquinho e por último passei no estábulo para ver os cavalos.

Eles estavam a coisa mais linda, muito bem cuidados, Kisha estava passeando enquanto Alazão comia grama, junto dos filhotes que já nem eram mais filhotes, estavam enormes.

Me aproximei de Kisha e ela pareceu me reconhecer pois abaixou a cabeça e eu beijei o topo da mesma.

Fiquei brincando com ela e logo Alazão chegou perto, brinquei com ele e com os filhotes.

Ouvi risadas e olhei para trás vendo Kauê e Aline andando pela grama de mãos dadas, sorri e depois me virei para os cavalos novamente.

- Luria? - Kauê chamou e eu me virei.

- Oi - Falei me aproximando dele e ele me abraçou. - Oi Aline - Cumprimentei ela com um aperto de mão. - Como você está?

- Oi, estou bem, passei uns maus bocados, porém agora estou bem melhor. Obrigada novamente - Agradeceu sorrindo.

- Que isso. E você em rapaz quando vai sair daqui?

- Na verdade já era pra mim ter saído, mas pedi para ficar - Olhou para Aline que sorriu.

- Temos aqui um casal? - Perguntei e eles assentiram com a cabeça sorridentes. - Own, felicidades - Falei e apertei a bochecha de Kauê que estava todo sem graça. - Bom, já vou indo. Fiquem bem. - Abracei Kauê e apertei a mão de Aline me afastando.

- Luria - Olhei para trás vendo Kauê me alcançar.

- Você vai falar algo para Keise?

- Você não contou a ela quando ela veio aqui? - Perguntei e ele negou com a cabeça.

- Ainda não tinha rolado nada com a Aline pô.

- Kauê vocês dois são livres e desempedidos, não tinha nada sério não é mesmo? - Ele confirmou - Então não há porque de se preocupar cara, fica tranquilo que eu aviso ela. Acho que ela vai levar numa boa.

- Pô valeu mesmo, só não quero estragar a amizade.

- Só te digo uma coisa, sempre jogue limpo com as pessoas. - Ele beijou o topo de minha cabeça e dessa vez fui embora.

(...)

Cheguei em casa, tomei um banho e  peguei um dinheiro colocando no bolso e fui no mercado para fazer as compras do mês.

Eu gostava demais de fazer compras, algo que me tranquilizava, ainda mais quando pegava umas besteiras que eu amo comer.

Terminei as compras e pedi para entregar lá em casa, comprei um açaí de 700ml no caminho e derrubei ele antes de chegar em casa.

Do nada começou um tiroteio e eu me vi perdida no meio da rua minha primeira reação foi caçar uma caçamba de lixo, ou era isso ou correr risco de morrer de bala perdida.

Corri pra dentro dela e antes de me abaixar e fechar a tampa pude ver Guilherme.

Fiquei ali por umas horas até parar o tiroteio, quando fui tentar levantar a tampa ela estava travada, eu estava presa aqui dentro.

E foi aí que o desespero começou.

HeroínaOnde histórias criam vida. Descubra agora