Capítulo 10. Informante

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BOSTON
Setembro, 2005

É bom te rever também, vossa alteza! – Michael falou, me dando tapinhas nas costas.

— Não começa. – Ri, me soltando dele. – Até que enfim você achou tempo para vir aqui! Entra aí. – Dei espaço para ele entrar e ele passou por mim. – Como você sabia qual era o meu prédio? – perguntei, fechando a porta.

— Foi só perguntar pelo campus qual era o quarto que é o bordel de Harvard – respondeu e riu com a cara que eu fiz.

— Eu não vou avisar a ninguém que o 'desvirginador' de Stanford está aqui – respondi e ele riu mais.

— Sabia que aqui em Harvard tem muitas virgens?

— Não, eu não sabia. Essa é a sua especialidade – respondi e ele riu se virando para a sala.

Natalie saiu do quarto e Michael parou de andar. Por um momento tinha até me esquecido de que ela estava ali e do que tinha dito minutos antes.

— Oh, oi! – Michael a cumprimentou e ela retribuiu. – Me desculpa, eu não sabia que você estava acompanhado – falou olhando para ela e se virou para mim –, eu deveria ter te ligado, eu posso voltar depois.

— Não precisa. A Natalie já estava de saída – informei e ela me olhou como se eu tivesse anunciado o início da terceira guerra mundial.

— Phillip, nós estávamos...

— Eu tenho certeza de que já esclarecemos tudo e terminamos por aqui.

— Você não pode estar falando sério – disse, pasmada. – Phillip, o que eu disse não...

— Natalie, eu falei muito sério e eu entendi perfeitamente o que disse. Agora, por favor, saia. Eu tenho mais o que fazer – falei, me virando para a porta e a abri para ela sair.

Natalie permaneceu no mesmo lugar por alguns segundos, olhando para mim com incredulidade, então começou a andar e saiu. Eu fechei a porta e me virei para Michael que esboçou um riso.

— Não fala nada.

— Parece que eu cheguei em uma péssima hora.

— Não, você chegou na hora certa.

— Achava que tinha atrapalhado uma foda, mas pelo que vi foi uma conversa?! – disse em dúvida, sentando-se no sofá.

— Começou com uma conversa e estávamos mesmo prestes a transar – falei e ele me olhou, parecendo estar confuso.

— Espera, deixa eu ver se entendi. Você está aliviado por eu ter chegado no momento em que você ia dar uma? – perguntou e eu assenti. – Entendi, porém continuo sem entender porque você gostou de eu ter atrapalhado.

— Não foi você, foi ela quem estragou tudo.

— Quem é essa? É a que você estava ficando desde o ano novo? A que queria algo a mais e você estava fugindo? – perguntou rindo e eu assenti. – O que foi que aconteceu para você desistir da transa? – perguntou sorrindo.

— Eu estava com o meu dedo enfiado nela quando ela disse que me ama – respondi e ele quis rir. – Não ria – falei apontando o dedo para ele, mas como todas as outras vezes, ele não segurou o riso. – Por que é que eu ainda falo para você não rir? – perguntei para mim mesmo e me sentei no sofá ao lado dele que riu mais ainda.

— Sua foda casual te ama – zombou e olhei sério para ele.

— Não tem graça. Eu estou puto com isso! – falei, realmente zangado. – Desejei e esperei tanto para Melanie me dizer isso, e eu escuto de uma pessoa que eu não quero ouvir! – exclamei irritado e só então me dei conta de que eu não sabia se o Shane havia mesmo saído ou se estava no quarto dele.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Where stories live. Discover now