Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Capítulo 62. Reunião da Realeza

MIAMI
Outubro, 2012

Os mais de vinte minutos que eu fiquei esperando Michael chegar, eu analisei toda a situação e pensei em todas as possibilidades do que poderia acontecer. Eu já havia pensado em tudo o que aquilo implicava para os acontecimentos seguintes, quando a campainha tocou.

Abri a porta de casa e Michael entrou. Reclamei pela demora dele, que justificou o atraso por ter que alugar um carro, questionando o motivo para que eu pedisse para ele fazer isso. Em seguida, ele me perguntou o que tinha acontecido e, no segundo seguinte, ele me perguntou se o meu pai estava em casa.

Para a minha sorte, ele tinha ido para a firma após o enterro.

Após eu responder isso para ele, Michael perguntou por minha mãe, ao que eu respondi:

— Ela deve estar na casa da Claire.

— A mãe da Mel?! – indagou, sabendo que sim. Eu assenti.

— Estamos a sós aqui, podemos conversar livremente.

— Certo. Mas então – ele se virou, andando para a sala –, por que pediu que eu alugasse um carro?

— Acho que você sabe o porquê.

— Vou ter mesmo que bancar o espião?

— Vai. Eu não vou poder fazer isso – respondi e ele suspirou.

— E como foi lá? O que deu errado?

— Nada deu errado.

— Mas você disse que surgiu um problema.

— Disse. O problema é que Nick e Dylan ficaram sabendo que eu moro em Los Angeles – contei e ele parou no meio da sala, se virando para mim com o cenho franzido.

— Não entendi. Qual é o problema nisso? Eles contaram para a Mel e você não conseguiu falar com ela?

— Não. Eu falei com ela, sim. Eles ficaram sabendo enquanto eu falava com ela.

— Espera... estou confuso. Como você sabe que eles ficaram sabendo, se você estava com ela?

Eu suspirei e andei até o sofá, começando a contar para ele tudo o que aconteceu, desde o momento em que eu cheguei na igreja, até o momento em que eu liguei para ele.

— Percebe a diferença no modo em que Dylan me tratou quando eu cheguei, do momento em que ele me viu conversando com ela? – perguntei e ele assentiu. – Ele estava furioso! Veio para cima de mim, querendo me bater! Eu não tinha entendido o motivo para ele querer fazer isso, até ele mandar eu ficar longe dela. Sem falar que o Nick falou para ele não fazer aquilo ali.

— Por causa dela. Eu suponho. – Ele disse e eu assenti, concordando.

— Eles não queriam que ela soubesse ali, naquele momento. Ela estava muito nervosa, trêmula... Parecia estar tendo uma crise nervosa. Parecia não, ela estava tendo uma crise nervosa. Ela tem pavor de mim.

— Disso, a gente já sabia.

— Não, Michael, você não está entendendo. Ela tem pânico de mim. Acho que ela prefere ver o diabo na frente dela, do que a mim – falei e ele sorriu, segurando o riso. – Não começa com as suas gracinhas, não vem querendo dizer que eu sou o diabo e me chamar de príncipe das trevas, Phillipeta, ou qualquer outro apelido que você tenha inventado.

Ele ergueu as mãos, desfazendo o sorriso.

— Eu só ia dizer que por ela, você se vestiria de diabo. Ela, você permitira que te chamasse assim.