Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Parte III: Los Angeles

Parte III

LOS ANGELES
Novembro, 2008

Em setembro, após a minha formatura, eu e os meus pais fomos a Los Angeles procurar um apartamento para eu morar. Meu pai, que ao contrário do que ele disse na nossa discussão que eu não poderia contar com ele para nada, estava fazendo questão de se colocar a frente disso e estava resolvendo tudo. Claro que eu sabia que toda essa sua "ajuda" era para se certificar de como seria a minha vida na cidade. A preferência era que eu morasse no centro de Los Angeles. Ele argumentou que com a vida corrida que eu teria trabalhando naquela firma, era melhor que eu morasse perto, assim eu não perderia tempo no trânsito de Los Angeles, que era bem caótico, principalmente se eu precisasse pegar a rodovia. Eu não fiz nenhuma objeção. Primeiro que ele estava certo sobre isso, e segundo que eu queria mostrar que eu não tinha intenção nenhuma de sair dali de Los Angeles e ficar mais perto de Santa Monica.

Durante aquele curto tempo olhando apartamentos com eles, eu me mantive calmo e paciente com o fato de que eu estava na mesma cidade que Melanie, mas não podia procura-la. Porém, minha mãe deu umas escapadas, dizendo que enquanto eu e ele estávamos procurando um imóvel, ela ia ver móveis em lojas de decoração para o meu futuro apartamento. Mas o que ela foi fazer mesmo foi ir até a casa de Sophie. Ela me contou isso depois, à noite, quando retornou para a nossa suíte do hotel em que estávamos hospedados.

— Você enlouqueceu? – perguntei a ela, em tom de voz baixo e alarmado.

— Por que o espanto?

— Por que o... – ia repetir o que ela disse, mas olhei para trás, me certificando de que meu pai estava completamente alheio a nossa conversa. Ele estava ao telefone, provavelmente conversando com alguém da firma, pois falava sobre termos e outras coisas de advocacia. Puxei minha mãe, a levando para o quarto e fechei a porta. – O que você foi fazer lá? Mãe, pelo amor de Deus, não vai estragar tudo! Eu demorei muito para chegar até aqui!

— Calma, eu sei disso, príncipe.

— Para de me chamar de príncipe, caramba! – exclamei e ela me olhou com ironia.

Eu sabia que era inútil pedir isso, ela passaria a vida toda me chamando assim, mas eu tinha que continuar tentando para que parasse.

Respirei fundo fechando os olhos e recuperei a calma.

— Não se preocupe, eu não fiz absolutamente nada. Eu só estava curiosa, queria saber como Melanie está.

— Você a viu?

— Infelizmente não. Passei praticamente a tarde toda na rua da casa, mas não a vi. Claire não me diz absolutamente nada mais sobre ela. Sempre que pergunto, ela só responde que ela está bem.

— Melanie provavelmente estava na agência.

— Agência? Que agência?

— De modelos. Ela está trabalhando em uma agência de modelo.

— Como você sabe disso? – indagou intrigada.

— Sabendo.

— Phillip...

— Michael me contou, está bem?

— Como assim o Michael...

— Mãe, não me faça perguntas, eu apenas sei e o Michael foi quem me contou.

— Podia ter me dito. Perdi a tarde toda nisso.

— Não é minha culpa. Eu não fazia ideia de que você ia até lá. Você disse que ia ver móveis! Mas agora você sabe e, por favor, não inventa de querer ir vê-la. Ela pode acabar te vendo e arruinar tudo.