Capítulo 16. Prazer em Causar Dor

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LOS ANGELES
Maio, 2010

Estacionei o carro na rua da casa de Melanie, a poucos metros da casa. O carro do Zac ainda estava lá e, apesar de saber o que tinha acontecido entre eles durante o tempo em que eu estava dirigindo, eu não achava que eles ainda estavam fazendo o que deveriam estar fazendo naquele tempo desde que os vi pela câmera. Eu não conseguia parar de pensar nisso. Eu não suportava pensar nisso. Não gostava nem um pouco de saber o que eles tinham feito. O que o Zac fez com ela. Eu estava tenso de raiva. Todo o meu corpo estava contraído, contendo uma fúria que queria rasgar a minha pele e agredir o responsável por me deixar assim. Eu dirigi até Santa Monica, possesso, imaginando o que ele estaria fazendo com ela. Imagens dele beijando-a, provando o gosto da sua pele, sentindo o que eu sentia ao estar dentro dela, invadindo o que era somente meu e ouvindo os gemidos dela, preenchiam a minha mente e isso só fez com que a minha ira aumentasse a cada um quilometro que eu avançava com o carro. Eu queria acabar com ele! Queria vê-lo morto, boiando na água do mar!

Apertei o volante com força, olhando para a casa mais adiante que ainda estava com as luzes acesas. Queria saber o que estava acontecendo, mas não era possível. Eu só tinha acesso às imagens da câmera no computador e eu ainda não tinha uma maneira de como entrar na casa, mas era algo que eu ainda queria ter. Porém, por ser a primeira vez deles – sim, eu tenho certeza disso –, eu não esperava que ele fosse dormir ali e ele não demoraria pra ir embora, pois o tempo que eu levei até chegar ali era o suficiente para eles terem feito o que queriam fazer e terminado.

Para a minha sorte e azar dele, eu estava certo sobre isso.

A porta da casa se abriu minutos depois de eu ter chegado e ele saiu de lá, se despedindo dela na porta com um beijo. Dei a partida no motor e saí antes dele. Passei em frente a casa, olhando rapidamente e furioso para ele andando até o carro e Melanie ao fundo parada na porta, usando somente um robe preto. Acelerei o carro, pisando firme no acelerador e virei o rosto, apertando com firmeza o volante. A minha vontade era de passar o carro por cima dele, mas não teria graça nenhuma, o que eu queria mesmo era olhar para a cara dele e o pavor em seus olhos quando eu cortasse o seu pau!

Assim como eu sabia sobre todas as outras pessoas na vida da Melanie, eu sabia sobre a dele também. Eu sabia onde ele morava, onde ele trabalhava, e os lugares que ele frequentava. Sabia quem eram os seus familiares e amigos. Sabia sobre tudo isso o seguindo e pelo Facebook. Essa rede social tinha se popularizado tanto desde a sua criação que era quase impossível uma pessoa não a ter e não publicar tudo sobre a sua vida. As únicas pessoas que não possuíam um perfil no Facebook eram aquelas que tinham algo a esconder ou que queriam se esconder. Como eu e Melanie, respectivamente.

Durante o caminho até onde ele morava, eu fiquei pensando no que eu faria. Infelizmente, eu não poderia fazer o que eu realmente queria fazer. Eu não poderia arriscar o meu futuro cometendo um crime. Mesmo que eu tivesse planejado minuciosamente a sua morte por afogamento. Mas isso ainda poderia ser arranjado caso ele não se afastasse dela.

Estacionei o carro e esperei ele chegar.

Vi o carro dele passar pelo meu e entrar em uma vaga mais a frente. Ele morava em um conjunto de apartamentos com apenas três andares. O seu apartamento ficava no segundo andar, no fim do corredor. Zac saiu do carro e andou até a entrada do pequeno condomínio, falando ao celular com um sorriso no rosto. Eu sabia muito bem o motivo daquele sorriso. Provavelmente ele estava se gabando da transa para alguém. O seu melhor amigo, talvez. Ele entrou no pátio e eu saltei do carro. Atravessei a rua, fechando a máscara de esqui no rosto e puxei o capuz do meu moletom. Zac subiu a escada e eu esperei, escondido, ele andar no corredor que tinha vista para o pátio e entrar no apartamento, então eu subi.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Where stories live. Discover now