Capítulo 40. Despejada

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LOS ANGELES
Abril, 2012

Eu não estava acreditando no que os meus olhos viram e no que eu havia acabado de escutar. Ela tinha mesmo dito que estava grávida e que eu seria "papai"? Mas que porra é essa? Como ela poderia estar grávida se ela se prevenia e eu também? Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mal gosto. Eu fiquei furioso.

— Mas que merda é essa, Katie?

— Amor...

— Amor, o caralho! Que porra é essa? Que brincadeira é essa? – esbravejei e ela desfez o sorriso.

— Não é brincadeira, amor. Olha. – Ela tirou do bolso um bastão de teste de gravidez, me mostrando as linhas que indicavam o resultado do teste como sendo positivo. – Eu fiz hoje. Eu estou grávida, Phillip. – Ela sorriu novamente, com os olhos marejando.

Eu sempre quis ver aquelas duas linhas em um teste, mas não naquele, não com ela. Aquilo não podia estar acontecendo, só podia ser um engano, ou ela estava mesmo grávida, mas não podia ser meu, não tinha como, ela tomava pílula e eu usava camisinha, eu me prevenia, sempre.

— Katie... – respirei fundo, fechando os olhos, tentando controlar a minha ira – para de brincadeira.

— Phillip, amor... eu já disse que não é brincadeira. Eu fiz esse teste hoje de manhã. Eu estava enjoada e comprei um teste. Deu positivo! – exclamou alegre. – Vamos ter um bebê! – Ela veio me abraçar e eu a afastei.

— Que merda você está dizendo, Katie? Como é que você pode estar grávida? Você toma pílula, eu uso camisinha... Esse filho não é meu! Por acaso você me traiu, Katie? – questionei, me levantando do sofá, indignado.

— Não! Não, amor, esse bebê é seu!

— Ah, mas não é mesmo! Teria que a camisinha furar e a sua pílula falhar para isso acontecer!

— E aconteceu! Você se esqueceu que duas semanas atrás a camisinha furou? – perguntou e eu fiquei estático olhando para ela. – E eu tinha parado naquela semana de tomar a pílula, porque estava tomando antibiótico. Lembra?

— Lembro, mas eu também me lembro de ter comprado a pílula do dia seguinte para você tomar. Ou você se esqueceu disso? – retruquei e ela ficou calada. – Então, me responda, Katie: como, caralhos, você engravidou? – questionei e ela não respondeu, então me veio a razão mais óbvia. – Você não tomou, não foi? Você não tomou a porra da pílula – disse e ela permaneceu em silêncio, mas me respondeu quando encolheu os ombros. – Mas que merda! – esbravejei, arremessando a caixa na parede. – O que é que você tem na cabeça? Por que você fez isso, Katie? Por quê?

— Porque eu não quis tomar, eu não queria evitar uma gravidez. Eu pensei na possibilidade em ter um bebê e não tomei. Eu quis ter um filho com você, Phillip. Eu te amo!

— Burra! Isso o que você é, Katie! Você é uma burra! Idiota! Eu não sei o que eu faço com você! Eu estou querendo te matar! – berrei, me inclinando para cima dela e ergui a mão para bater nela.

Katie deitou no sofá, erguendo os braços na frente do rosto e gritou:

— Não, não me bate! Eu estou grávida, Phillip! Pensa no bebê. Por favor, não faz isso.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Where stories live. Discover now