Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Capítulo 36. Melanie e Katie - [🔥🔥]

🔥🔥= moderado, com poucos detalhes.

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LOS ANGELES
Outubro, 2011

Após Vicky sair do meu escritório, fiquei perdido nos meus pensamentos olhando para o papel com os números do telefone do trabalho de Melanie em cima da minha mesa, tentado a ligar para apenas ouvir a sua voz.

Desde que cheguei a Los Angeles, não consegui nenhuma maneira de me aproximar o suficiente dela para poder acabar com a saudade de ouvir o seu lindo timbre de voz, sentir o seu cheiro e o toque suave e macio da sua pele e textura do seu cabelo. A única maneira que eu via de conseguir isso, era invadindo a casa dela enquanto ela dormia, mas eu ainda não sabia como eu conseguiria fazer isso. Porém ali, diante de mim, pela primeira vez em três anos morando naquela cidade, estava a possibilidade de acabar com pelo menos uma daquelas vontades.

Peguei o papel, levando o cigarro à boca e fiquei encarando aqueles números, pensando se eu arriscava fazer aquilo. Do telefone da minha sala, que eu me encontrava no momento, eu não poderia ligar, pois se o telefone dela tivesse identificador de chamadas, ela poderia retornar a ligação e descobriria que tinha sido eu a ligar. Eu tinha apenas duas possibilidades: usar o outro aparelho celular que continha o chip não rastreável, ou o meu celular. Porém, o outro aparelho celular estava em uma gaveta no escritório do meu apartamento, então só me restava o meu celular, dessa forma, eu poderia identificar os números caso ela retornasse a ligação.

Apanhei o aparelho e disquei os números, sentindo uma leve ansiedade para poder ouvir a sua voz. Bastou apenas um toque para a sua voz sair do outro lado da linha:

— Casting, Melanie Swanson falando.

Eu fechei os olhos, sentindo o meu coração batendo rapidamente dentro do peito. Precisei controlar a minha respiração para ela não me ouvir ofegante. A vontade que eu tinha de dizer alguma coisa era enorme, mas eu me controlei ao máximo para não fazer isso.

— Alô?! – Ela disse, estranhando não estarem falando nada. – Alô!... Tem alguém na linha? Eu não consigo ouvir nada, liga de novo – falou e desligou.

Eu segurava o celular tão firmemente que demorei alguns segundos para soltar o aparelho em cima da mesa. Me recostei na cadeira, expirando o ar que eu tinha prendido.

Eu não sei ao certo o que eu estava sentindo naquele momento. Depois de tantos anos, ouvir a voz dela tinha me dado uma descarga de adrenalina com excitação e prazer misturados, uma mistura perigosa. Eu queria matar a vontade de ouvir a sua voz, mas fazer isso havia piorado a minha vontade em fazer todas as outras coisas. Apenas ouvir a sua voz tinha me causado uma euforia que era maior do que ter cheirado cinco carreiras de pó.

Me levantei, agitado, sem conseguir controlar o que estava sentindo. Ouvir a sua voz tinha sido um combustível para alimentar o desejo de acabar logo com tudo aquilo, de acelerar todo o meu plano. Até então eu estava me controlando, mas ouvi-la acabou me despertando a impaciência que eu havia controlado todo esse tempo. Todo aquele tempo longe dela, observando-a de longe, tendo que vê-la se relacionando com outros homens e os afastando dela, ter que ficar olhando-a apenas por uma câmera sem poder tocá-la, eu já não suportava mais. Eu precisava dela. Agora!

Me virei, pronto para sair e fazer o que fosse para me aproximar dela, porém no mesmo instante a secretária bateu na porta e entrou, me avisando que a reunião ia começar. Olhei para ela e percebi que se não fosse por ela chegar naquele momento, eu teria saído dali e cometido uma loucura. Eu precisava me manter focado.

— Algum problema, senhor Thompson? – Ela perguntou.

Provavelmente a minha cara estava demonstrando algo que eu não fazia ideia do que era.