Capítulo 17. Serviço de Localização

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LOS ANGELES
Julho, 2010

Dois meses haviam se passado desde que eu ameacei Zac para se afastar de Melanie e o resultado não poderia ter sido outro. Ele sumiu.

Naquela semana, após eu ter feito a ameaça, fiquei observando-o e até me esbarrei nele ao passar por ele na calçada, só por diversão, pois ele não faria ideia de que tinha sido eu a fazer aquilo com ele. Em todo o tempo que eu fiquei observando Zac, ele não entrou em contato com ela, ele nem mesmo saía muito de casa. O momento crucial daquela semana foi o sábado, quando Melanie foi à praia, a mesma que ele também frequentava. Eles tinham se conhecido ali, após ela ter pedido a prancha dele por um momento para surfar. Desde Miami, quando ela aprendeu a surfar e pegava a prancha de Shane, Tyler ou Steve emprestada, ela tinha aprimorado muito, o que sempre deixava os surfistas impressionados. Com Zac isso não foi diferente e, assim que ela saiu da água e devolveu a prancha dele, eles engataram uma conversa que resultou em encontros e terminou com a quase castração dele.

Como todas as vezes, desde que eu cheguei a Los Angeles e passei a observá-la, fiquei olhando-a de longe na praia, esperando que Zac aparecesse ali, porém não fiquei surpreso ao notar que no passar das horas a presença de Zac era nula. O que provavelmente deixou Melanie intrigada, pois vi por várias vezes ela checar o celular e fazer ligações que, pelo que percebi, não foram atendidas. Mas como eu a conhecia muito bem, eu sabia que ela iria atrás de respostas e, ao sair da praia, eu a segui até o pequeno condomínio do qual eu tinha entrado sorrateiramente, invadido o apartamento e ameaçado Zac. De dentro do meu carro, eu vi Melanie parada na porta do apartamento dele, batendo na mesma algumas vezes até desistir e ir embora para casa. Fui para o meu apartamento, tomei um banho, comi alguma coisa e me tranquei no escritório, ligando o computador e abrindo a câmara de vídeo que mostrava a casa dela. Melanie estava na sala, sentada no sofá e falando ao telefone. Pelos seus gestos e comportamento agitados, eu só podia imaginar que ela estava falando com alguma de suas amigas – provavelmente a Sarah, que também estava com ela na praia –, sobre o sumiço do Zac. Conhecendo Melanie como eu conhecia, eu sabia que ela estava irritada com a total falta de consideração dele que estava a ignorando depois da transa que tiveram. Eu tinha certeza de que ela estava achando Zac um verdadeiro babaca que apenas queria leva-la para cama e tinha conseguido. Mal sabia ela que ele queria assumir compromisso. Mas era melhor que ela pensasse assim do que saber o real motivo para o sumiço dele. Obviamente.

Na semana seguinte, eu não precisei mais seguir Zac. Não porque eu sabia que ele tinha mesmo se afastado dela e a ignorado, mas porque com a ajuda do hacker que Michael me passou o contato, eu passei a ter duas vantagens: uma era um chip de celular que não se podia rastrear; e a outra era um programa para computador de rastreamento de número de celular. Bastava colocar os números do celular da pessoa que eu queria na busca que ele dava a localização exata em tempo real.

Deus abençoe os inventores dos satélites e GPS.

A partir daí, eu não precisava mais seguir ninguém. Nem mesmo Melanie. Bastava colocar na busca do programa os números de quem eu queria saber a localização que eu saberia onde a pessoa estava. E graças ao Zac, eu tinha conseguido o número do celular dela. Enquanto ele estava apagado na cadeira, eu procurei por ela em seus contatos.

A única desvantagem que eu tinha, era de que eu precisava que o serviço de localização do aparelho estivesse ligado. Se este estivesse desligado, ou o aparelho, eu não acharia a localização. Mas na era do celular, onde se tem Facebook e Twitter instalados no celular, alguém ficar com ele desligado era algo raro, raríssimo. As pessoas tinham se apegado muito as redes sociais e, mesmo uma pessoa que não tivesse nenhuma, como Melanie, ficar com o celular desligado era bem difícil.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Where stories live. Discover now