Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Capítulo 21. A Escolhida

LOS ANGELES
Setembro, 2010

— Ih, conheço esse olhar. Já está atraído. – Michael comentou com um sorriso. – Isso quer dizer que já temos a escolhida?

— Muito provavelmente – respondi, levando a garrafa à boca mais uma vez. – O fato dela se parecer muito com a Melanie facilitaria ter que encarar um namoro do qual eu vou precisar fingir.

— Facilitaria?! – indagou, em dúvida. – Eu diria que pode dar problema.

— Problema por quê? – questionei, parando de olhar para ela e me voltando para ele.

— Porque vão questionar o fato de ela ser quase uma irmã gêmea da Mel.

— Não exagera!

— Não estou exagerando. Até você se confundiu! Você pode até acabar chamando ela de Melanie alguma vez por engano.

— Eu a olhei rapidamente, não prestei muita atenção e me confundi. Ela é muito parecida, de fato, mas tem umas diferenças e o corpo não é o mesmo. Quanto ao nome... é só dar um apelido fofo, chamar de amor, de vida – respondi e sorri.

— Você não vale nada – disse rindo. – Mas ainda assim vão comparar as duas. Vão dizer que você está namorando com ela porque ela se parece com a Mel.

— Todo mundo sabe as minhas preferências. Que culpa eu tenho de gostar de morenas dos olhos claros?

— Não é apenas isso, Phillip, você sabe muito bem. O problema não está na cor do cabelo, na cor dos olhos, ou na combinação das duas coisas, mas na semelhança entre as duas. De todas as mulheres que você se relacionou, incluindo as dos anos de faculdade, nenhuma delas era tão parecida com a Melanie quanto essa. Não seria melhor você descobrir no Facebook onde a Natalie está e dizer que finalmente quer compromisso? – perguntou e eu olhei sério para ele que segurava um riso.

— Se você rir eu quebro os seus dentes – avisei, em tom de voz sério, e mesmo assim ele riu. – Idiota.

— Pensa bem, seria meio caminho andado, afinal ela te amava! Aposto que ela ia amar você aparecer na vida dela depois de anos e querendo compromisso. Imagina só você aparecer e dizer assim para ela: "Natalie, eu fui um idiota. Eu só percebi anos depois que fiz a maior burrada quando não aceitei compromisso com você. Eu nunca te esqueci, Natalie, você foi a melhor pessoa que eu conheci na faculdade! Me dá uma chance, vamos tentar mais uma vez?" – disse de forma teatral e eu permaneci calado e olhando sério para ele. – Não? – perguntou, franzindo o cenho.

— Não. Definitivamente não – respondi, balançando negativamente com a cabeça.

Michael suspirou, recostando-se à cadeira.

— Então será mesmo essa? – perguntou e eu assenti. – Certeza? Mesmo sabendo que vão questionar? – insistiu e eu confirmei.

— Eu saberei lidar com isso.

— É, eu sei que vai, você sempre se sai bem de tudo.

Nós ficamos em silêncio por alguns minutos, bebendo e apenas observando o ambiente. Eu particularmente estava observando a mulher que conversava com as amigas em um círculo, perto do balcão.