Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Capítulo 57. Primeiro Ataque

LOS ANGELES
Outubro, 2012

Saí da firma possesso de raiva. Eu estava tão enraivecido que nem me dei o trabalho de arrumar a bagunça que ficou a minha sala. A equipe de limpeza faria isso e eu torcia para que, no dia seguinte, eu não tivesse que explicar nada.

Como sempre, quando eu ficava tomado de raiva, fui para o apartamento de Michael. Ele estava acompanhado, o que já não era mais nenhuma surpresa. Porém, o que realmente me surpreendeu foi saber com quem ele estava.

A porta do seu quarto estava trancada. Essa foi a primeira vez que isso aconteceu, o que me deixou intrigado. Depois, eu achei mais estranho ainda o fato de ele não abrir a porta quando eu avisei que era eu ali. Algo que eu nem precisava fazer, já que apenas eu tinha a chave do seu apartamento. Ele apenas disse para eu esperar um minuto e eu franzi o cenho, enquanto eu ouvia através da porta vozes em tom baixo. Logo, eu desconfiei de que ele não queria que eu soubesse com quem ele estava, o que me deixou ainda mais intrigado. Michael não tinha segredos comigo. Então eu imaginei que eu conhecia a pessoa com quem ele estava.

A minha primeira suspeita foi de que ele estava com a Sarah e queria se fazer de bom moço, respeitando e preservando a imagem dela. Mas quando ele abriu a porta e o quarto estava vazio, eu franzi mais o cenho.

— O que você...

— Nada. – Ele passou por mim, me segurou pelo braço e saiu me puxando pelo corredor.

— O que está acontecendo? Com quem você está?

— Com ninguém – respondeu e eu sabia que ele estava mentindo, eu só não sabia por que ele estava fazendo isso.

Por que ele estava me escondendo algo, se nunca fizemos isso?

Eu parei bruscamente, puxando o meu braço e olhando aborrecido para ele, que sabia bem o motivo para isso.

— Com quem você está, Michael? – questionei, praticamente exigindo que ele me respondesse. Michael suspirou.

— Eu já disse que ninguém. – Ele respondeu, olhando fixamente para mim, depois olhou para além de mim.

Eu olhei para trás, avistando a porta do quarto dele aberta e uma sombra ali. Senti Michael segurar em meu braço e me puxar para dentro de outro cômodo, fechando a porta em seguida.

— Eu não posso te falar agora. – Ele falou em tom de voz baixo.

— Por quê? É alguma famosa? Está comendo uma celebridade? – indaguei e ele soltou outro suspiro. – Michael, você me conhece, eu nunca contaria para alguém...

— É a Natalie.

— Que Natalie? Natalie Imbruglia? – perguntei e ri. Ele não respondeu, mantendo a expressão séria. Então eu soube que era mais sério. – Natalie Portman?! – questionei, pasmado.

— Não, Phillip! – respondeu e suspirou mais uma vez. – É a Natalie.

— Que Natalie?! – questionei, confuso. Michael não respondeu, apenas ficou me olhando, esperando que eu deduzisse por si só, o que levou apenas alguns poucos segundos. – Natalie?! – exclamei, espantado. Ele tapou a minha boca, pedindo que eu falasse baixo. Ele baixou a mão e eu ainda olhava para ele, espantado. – Natalie de Boston?!

— É.

— A Natalie de Harvard?! Aquela Natalie...

— É, Phillip. A sua Natalie.

— Minha não, sai fora! – ralhei. – O que ela está fazendo aqui? O que você está fazendo com ela? E por que estava me escondendo isso?

— Eu ia te contar.