Capítulo 20. Ofício

337 34 30
                                    

LOS ANGELES
Setembro, 2010

Haviam se passado duas semanas e eu ainda não tinha me interessado por ninguém nas noites de Los Angeles. Não que não houvessem mulheres belas e disponíveis, eu só não me sentia atraído por nenhuma delas. Michael, ao contrário de mim, estava se saindo bem melhor, pois ele sempre acabava a noite com um mulher diferente, porém ele não estava procurando uma namorada.

Em nossa última saída, na noite anterior, ele me disse que eu estava muito seletivo, que eu não precisava escolher alguém com as características que me atraíam, que obviamente ele sabia quais eram, mas sim alguém que fosse cumprir o papel. O problema era de que eu não estava animado para essa parte do plano e, eu não conseguiria fingir uma relação e passar muito tempo com uma pessoa da qual eu não me interessaria, então eu estava, sim, sendo seletivo, muito seletivo, eu diria até que extremamente.

Eu estava no meu escritório da firma, sentado na minha cadeira, e havia acabado de voltar de uma audiência, quando ele entrou na minha sala, acompanhado da secretária.

— Phillip, eu preciso falar com você! – falou agitado, diria que estava nervoso.

— Desculpe, senhor Thompson, eu pedi que ele esperasse, mas ele foi entrando. – A secretária disse rapidamente, justificando a invasão.

— Está tudo bem, Denise, eu vou atendê-lo – falei, olhando para ela que assentiu e saiu puxando a porta. – Então, qual é o motivo para estar assim nervoso? – indaguei, me recostando na cadeira.

— Eu fui intimado! – Ele exclamou, nervoso.

— Eu avisei de que isso aconteceria, Nolan. Por que esse desespero?

— Eu estou sendo indiciado! – Ele exclamou, erguendo o papel em sua mão. – Estão me acusando de ter causado o incêndio! Assim como você disse!

— Nolan... – levantei da cadeira, calmamente – se acalma.

— Me acalmar?! Eu estou sendo indiciado pelo incêndio que eu não provoquei, na minha cafeteria!

— Eu sei e eu avisei a você de que isso aconteceria! Tenha calma. Sente-se, beba uma água. – Alcancei uma jarra de água e avistei a garrafa de uísque. – Melhor, tome uma dose – falei, abrindo o braço e torcendo o corpo para olhar para ele que se sentou na cadeira, apreensivo.

Coloquei a jarra de água de volta no lugar e peguei a garrafa de uísque e dois copos.

— Eu estou achando melhor contar sobre a mensagem.

— Nolan, eu já te falei que aquela mensagem não prova a sua inocência e não sabemos quem está por trás daquele número, é totalmente inútil para o caso e ainda vai levantar mais suspeitas sobre você.

— Talvez eu devesse então falar com a Melanie sobre isso.

— Você ainda está tendo contato com ela? – questionei, calmo, colocando gelo nos copos.

— Não. Ela me ligou algumas vezes depois do incêndio. Ela frequentava a cafeteria. Mas eu não atendi. Ela deve estar confusa. Deve estar achando que eu sou um cretino.

— Por quê?

— Porque nós transamos quando saímos e agora eu estou ignorando ela. Eu não queria estar fazendo isso com ela, ela é uma mulher maravilhosa. Ela é um tanto reservada, não fala de certos assuntos e isso cria um mistério nela que se torna interessante, porém ela é bastante extrovertida, muito divertida. Ela também é doce, mas tem uma sensualidade irresistível. Ela é do tipo que você se apaixona fácil. Sabe?

— Sei... – respondi, despejando o líquido âmbar nos copos, e me contendo para não romper em fúria.

Eu sabia muito bem como ela era, mas ouvi-lo falar sobre ela, fez os meus músculos do meu corpo se contraírem de raiva. Eu precisei conter a ira que crescia dentro de mim.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें