Capítulo 55. O Plano do Cafajeste

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LOS ANGELES
Outubro, 2012

Cheguei na boate duas horas depois de ter saído de Laguna. Eu tinha gastado o mesmo tempo de volta, que levei para chegar lá, mas passei antes em meu apartamento para trocar de roupa.

Nesse tempo, eu não parei de pensar no que vi e em imaginar como aquilo havia se desenvolvido e terminado. Sabendo como ela era e que, em todos esses anos ela poderia ter se aperfeiçoado ainda mais, me fazia pensar que a transa deles deveria ter sido indescritível. E isso me enfurecia, porém me deixava ainda mais raivoso o fato de que Melanie sempre me achou um idiota por ter ciúmes daquele maldito pôster na parede do seu quarto, me dizendo que ele nem sabia da existência dela e até me chamando de louco por pensar que ela poderia um dia conhecê-lo e ter algo com ele, quando duas horas atrás, ela estava sentada no colo dele, beijando ele e tirando a sua roupa, se oferecendo como uma vadia.

Eu nunca havia chamado ou me referido a ela dessa maneira, mas fazer isso, apenas dois dias depois de perder o pai, só me fazia pensar que ela era mesmo uma.

— É isso o que ela é. Uma vadia! – rosnei, andando pelo corredor da boate.

O pior é que eu amava demais essa vadia!

Subi as escadas para o ambiente Paraíso, onde Michael estava, e entrei, avistando ele no bar. Me dirigi até ele e parei ao seu lado, pegando o seu copo e bebendo o líquido dentro dele todo de uma vez.

— Ô, vai com calma aí!

Ignorei ele e bati o copo no balcão, fechando os olhos com força sentindo a garganta queimar pelo álcool.

— Como é que você está?

— Com vontade de matar um! – respondi entre dentes, pedindo ao bartender outra bebida.

— Phillip, se acal...

— Não me peça para me acalmar, Michael! – exclamei, exasperado. Ele balbuciou e eu o interrompi novamente. – Nem para eu relaxar! A última coisa que eu vou conseguir fazer agora é relaxar e me acalmar! Eu estou com ódio e querendo acabar com a raça dele e dar uma surra nela!

O bartender pôs o copo na minha frente e eu o peguei, virando na boca.

— Ele não está falando sério, é no sentido figurado. – Michael falou para alguém e, só então, eu vi a cara do bartender para mim, me olhando alarmado e desconfiado. – Ele viu a ex-namorada transando com outro... Sabe como é. – Ele deu de ombros e o bartender ignorou a minha cara e fala e saiu. – Você quer o quê? Virar alvo de investigação? Caralho, Phillip, se recomponha! Não é a primeira vez que você pega ela transando com outro!

— Não, não é. Mas todos tiveram o que mereceram por fazer isso! O Zac que o diga, quase foi capado por isso! E ele é um Zé ninguém.

— Você está assim por ser o Nick.

— Lógico que estou com ódio do cara agora ser ele!! E mais ainda dela! Ela me acharia louco agora, por ter ciúmes daquele maldito pôster? Por achar que um dia ela conheceria ele? Aposto que não! Aposto que ela veio para Los Angeles para ter a chance de conhecer ele, isso sim! Estudar na UCLA... O caralho que ela veio estudar moda, nem trabalha com isso! Fica lá naquela agência, agenciando modelos... Pra quê? Só pode ser para ter contatos.

— Ela nem conheceu ele assim.

— Vai defender ela agora?

— Só estou dizendo que ela não conheceu ele assim. E você sabe bem disso, estava lá no momento que isso aconteceu. – Ele comentou e eu virei o copo na boca, bebendo todo o líquido de uma só vez novamente. – Olha, eu entendo a sua raiva. Eu já tinha dito isso para você, mas ficar assim não vai te ajudar em nada, você tem que esfriar essa cabeça e usá-la com frieza, se agir com raiva, vai acabar metendo os pés pelas mãos. Lembre-se que vingança é um prato que se come frio.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora