Capítulo 18. Brincando com Fogo

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LOS ANGELES
Agosto, 2010

— Essa é a única vez que eu faço algo assim para você, Phillip. – Michael me avisou, assim que entrou no carro, e eu ri pisando no acelerador.

— Ah, Michael, você quem deu a ideia!

— Você sabe que a minha sugestão foi mais brincadeira do que séria.

— Sei... Até parece que você não gostou de fazer isso. Está nítido, estampado no seu rosto, a satisfação de ter colocado fogo naquele lugar! – falei, retirando a máscara de ski preta que cobria o meu rosto.

— Você está confundindo com a adrenalina. – Michael respondeu, fazendo o mesmo, e olhou para trás. Eu também olhei, pelo retrovisor, com um riso satisfeito em ver as enormes labaredas que estavam tomando conta do local. Eu, particularmente, tinha adorado brincar com fogo. – É... aquele lugar já era. Uma pena, pois eu gostava dali. Ele vai ter trabalho de explicar para o seguro esse incêndio e reconstruir tudo. Mas... tem certeza de que isso vai dar certo mesmo, Phillip? – perguntou, direcionando o seu olhar para mim.

— Eu vou garantir que sim – respondi, alcançando o celular e enviando a mensagem, que eu já tinha escrito antes, para o número da minha nova vítima e com o chip do número não rastreável, obviamente.

Eu adoraria poder fazer com ele o mesmo que fiz com o Zac, porém não foi possível. Além da casa do meu novo alvo não ser tão fácil de invadir, como foi o apartamento do Zac, Michael me convenceu a não cometer nenhum crime.

Depois de ter flagrado Melanie na casa dele e saído de lá jurando acabar com a vida dele, eu fui ao apartamento de Michael contar o que vi e o que eu pretendia fazer.

— Ficou maluco? – Michael me olhou espantado. – Phillip, põe a cabeça no lugar e não cometa essa loucura!

— Eu quero que ele sofra! Eu quero que ele sinta na pele como é perder uma coisa que ele tanto ama! – esbravejei, andando de um lado para o outro na sala do apartamento de Michael.

— Você ainda pode fazer isso, mas não assim, de outro jeito! Você não sabe quem ele é ainda, Phillip, ele pode ser alguém importante que não vai ligar para a sua ameaça! Pior, se ele for alguém importante vai sair no noticiário, a polícia vai investigar... Podem chegar até ela. É isso o que você quer? Envolver a Melanie nisso? Você pode colocar tudo a perder se agir assim!

— E o que você espera que eu faça? Que eu fique de braços cruzados, vendo ele comer a minha mulher?

— Não. Só estou falando para você investigar ele primeiro. Saiba quem ele é e o que mais importa para ele. E aí, quando você souber o que ele mais tanto ama, destrua isso!

Mesmo querendo acabar com a vida daquele homem, eu admitia que Michael tinha razão.

Levou apenas uma semana para descobrir tudo sobre ele.

Nolan Cooper era o seu nome. Eu já sabia onde ele morava, mas mesmo ele tendo uma bela casa, aquele imóvel não era o seu bem mais precioso.

Em uma manhã, segui ele até uma cafeteria e acabei descobrindo que ele era o dono. Era uma cafeteria cibernética que tinha uma fachada de tijolos. O ambiente era grande, com uma área também para leitura. A cafeteria era bastante frequentada, muito conhecida na cidade.

Eu me apresentei para ele. Sim, falei o meu nome. Eu tinha certeza de que ele não me mencionaria para ela. Diferentemente do Zac, ele era mais reservado na sua vida pessoal. De acordo com a minha vigilância, ela não tinha se encontrado mais com ele, mas ele ainda me devia por ter feito o que fez com o que era somente meu.

Obsessão: Los Angeles - Vol. 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora