LOS ANGELES
Outubro, 2012— Eu não acredito que ele fez isso! – Michael me olhou, estupefato, quando eu contei que Dylan me procurou no trabalho, interrompendo a reunião.
Nós estávamos na sala do apartamento dele. Michael estava sentado no sofá e eu em pé.
— Pois é, mas ele fez! Agora imagina a minha cara quando eu o vi entrando na sala de reunião, sem ser anunciado? Pior, na reunião mais importante da minha carreira! Michael, os meus chefes estavam lá! E eu não tive outra opção a não ser sair da reunião e ouvir o que ele tinha para me dizer, mesmo já sabendo o que ele falaria, porque ele disse que falaria ali mesmo, se eu quisesse.
— E os seus chefes?
— Ficaram lá, me olhando meio desconfiados e um tanto quanto pasmados pela intromissão dele e por eu sair da reunião, é claro. Imagina se o Dylan falasse na frente deles?
— Ia pegar muito mal – respondeu ele e eu assenti, concordando. – Mas eles não te questionaram quando você voltou para a reunião?
— Eu nem esperei eles perguntarem, já fui entrando e pedindo desculpas, dizendo que era um assunto de família. – Dei de ombros. – Eles até perguntaram se era algum assunto preocupante, que eu poderia encerrar a reunião e ir embora. Mas eu disse que estava tudo bem e retomei a reunião como se ele não tivesse interrompido.
— E o que ele queria falar? Era mesmo o que você já sabia? – perguntou e eu assenti.
— Ele queria saber o que eu estava fazendo aqui. Eu sabia que ele ia querer sondar, mesmo sabendo que eu não ia confessar que eu estava aqui por causa dela, mas ele sabe que é por isso, tanto sabe que providenciou uma ordem de restrição.
— Como é?! – Ele se desencostou do sofá, pasmado, enquanto eu tirei o papel do bolso. – Mentira!
— Ele fez questão de me entregar isso. – Entreguei o papel para Michael, que pegou e leu, estupefato.
— Puta merda! Você está com uma situação complicada. – Michael falou, olhando para a folha de papel da medida protetiva em sua mão. – Como é que você vai se aproximar dela agora?
— E quem disse que isso vai me impedir de me aproximar dela? – perguntei, tirando o maço de cigarros do bolso.
— Phillip, isso é uma ordem judicial! – Michael ergueu o papel, como se aquilo fosse me impedir.
Eu puxei o papel da mão dele.
— Quer saber o quanto eu me importo? – Juntei as mãos no meio do papel e o rasguei, juntando-as em seguida e jogando no chão.
Michael me olhou, pasmado.
— Isso não é ilegal?
Eu dei de ombros.
— Eu não me importo! Isso não vai me impedir! Nada vai me impedir de me aproximar dela.
— Se você não se importa, porque está tão incomodado?
— Não estou incomodado com essa ordem, estou incomodado é por Dylan ter feito isso e ter aparecido no meu trabalho. Essa ordem vale de nada. Melanie não faz ideia de que essa medida protetiva existe, portanto, eu posso me aproximar dela aqui e não vai acontecer nada.
— Então eu não entendo porque o Dylan fez isso.
— Para me intimidar, é óbvio! – exclamei com obviedade. – E me manter longe dela aqui, é claro. Como se isso fosse mudar alguma coisa – falei com desdém, acendendo o cigarro que estava entre os meus lábios. – Dylan não sabe que eu a observei por todos esses anos... – Traguei o cigarro e respirei fundo. – Quero dizer – expirei em seguida, soltando a fumaça pela boca –, é claro que ele suspeita disso, mas agora, depois de eu ter falado com ela na igreja, ele deve ter imaginado que eu ia me aproximar dela aqui e tratou de providenciar logo essa ordem judicial.
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Obsessão: Los Angeles - Vol. 2
Fanfiction[Vol.2] Nessa continuação de 'Obsessão: A História de Phillip Thompson', Phillip segue firme na sua obsessão por Melanie Swanson. Internado em uma clínica contra a sua vontade, Phillip enfrenta a sensação de aprisionamento físico e mental. Privado...