Obsessão: Los Angeles - Vol. 2

Capítulo 33. Estraga Festas

LOS ANGELES
Outubro, 2011

Desde o dia em que eu soube que Nick Carter era o loiro por quem Melanie sentia atração, eu sentia raiva da sua existência. Para alguns poderia ser considerado loucura esse sentimento e o ciúmes que eu sentia dele por causa disso e daquele maldito pôster, apenas pelo fato de que ele era alguém famoso, que não sabia da existência dela e que, eles se conhecerem e terem alguma coisa era algo impossível, mas não para mim. Para mim, qualquer um no planeta era uma ameaça, qualquer um poderia conquistar o coração dela, até mesmo alguém famoso como ele. E se eu, que nunca quis vê-lo de perto, estava ali no mesmo lugar que ele, aquilo também poderia acontecer com ela. Se antes, quando morávamos em Miami e ele em outra cidade, eu achava ser possível isso acontecer, com ele também morando em Los Angeles as chances eram muito maiores. A minha raiva por ele era tanta que, mesmo depois de anos, eu ainda sentia vontade de rasgar aquele pôster, da mesma maneira que a minha vontade naquele momento era de socar a cara dele, mesmo sem ele ter nem conhecimento da existência dela. Ele nem saberia o porque eu teria o agredido.

Cerrei o meu punho com força, olhando para ele conversando com Matt. Sentia tanto ódio que eu nem percebia as pessoas ao meu redor, eu estava com os olhos cravados nele.

— Ei, você me parece cansado e estressado. Está a fim de um tiro? – perguntou um homem do meu lado que me fez parar de olhar para ele e olhei para o lado, vendo que o homem era o tal Eric, sentado no banco do piano e segurando uma nota, que parecia ser de cem, enrolada feito um canudo. – Vai te animar. – Ele falou, meneando a cabeça para o piano, onde tinha algumas linhas de cocaína enfileiradas uma ao lado da outra.

Aceitei, pegando o canudo improvisado da sua mão e me virei, inclinando-me sobre o piano, sumindo com uma daquelas linhas brancas. Ergui a cabeça, apertando o nariz e devolvi a nota enrolada para ele. Sem nem mesmo pedir, peguei a garrafa de uísque da mão dele e virei o gargalo na boca, tomando um gole generoso daquela bebida que desceu rasgando a minha garganta.

— Parece que você está mesmo precisando relaxar. – Ele disse e eu devolvi a garrafa para ele, assentindo. – Eu sou o Eric. – Ele estendeu a mão para mim, me cumprimentando.

— Phillip. – Me apresentei, apertando a sua mão. – Agora eu estou pronto para fazer uma loucura – falei, voltando a olhar para Nick Carter que ainda conversava com Matt.

Eric riu, soltando a minha mão e respondeu:

— Ainda não, mas você chega lá.

Eu olhei para ele e peguei novamente o canudo, diminuindo mais uma linha. Obviamente aquela não era a primeira vez que eu cheirava pó. Eu já tinha feito isso em outras festas naquela casa e em Vegas. Eu só usava nessas ocasiões, quando o que eu queria era curtir até o meu limite.

Levantei a cabeça, inclinando-a para trás, sentindo os primeiros efeitos começarem a aparecer. Esbocei um riso, sentindo a euforia começar a se manifestar e a sensação de poder me tomar conta. Eu adorava essa sensação. Adorava me sentir poderoso, onipotente, como se nada e nem ninguém fosse páreo para mim. Sendo assim, eu estava pronto. Estava pronto para ir até ele e dar um murro na sua cara arrogante. Eu não precisaria me justificar para ter feito isso, pois ficaria nítido que eu estava drogado.

— Valeu, Eric! A gente se vê por aí. – Me virei, dando um tapinha nas suas costas e andei até a porta pra sair para o jardim.

Porém, quando eu ia passar pela porta, fui puxado.

— Ei, o que estava fazendo? Já quer ficar doidão? – Michael perguntou, me virando para ele e riu. – Cadê a garota que o Matt ia te apresentar? – perguntou, olhando ao redor.