sessenta e quatro

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"me ame como um verbo, como uma constante evolução, como algo que cresce" - tyler knott gregson

Na longa distância de volta para casa, os pensamentos de Louis pareciam redemoinhos, destruindo tudo em seu caminho. Estava sobrecarregado com um sentimento constritivo na garganta, ainda tentando fazer sentido do que acabara de acontecer. 

O sexo com as luzes ligadas já tinha sido indício suficiente de que Styles também buscava uma conexão a mais, as palavras bruscas de Elle também, mas foi a resposta do ator para a pergunta mais inquietante do menor é que ficou rodeando sua mente: "Você não é parecido com ninguém. Você é novo. Livre". 

Ele certamente não se sentia assim, mas por aqueles segundos enquanto o maior proferia aquelas palavras, Tomlinson se sentiu contente.

Um contentamento doce e confortável ao descobrir que talvez não fosse sobre quem pegava a jaqueta, e sim sobre ele. Talvez não seria qualquer outra pessoa que viveria tudo aquilo com o de olhos verdes. Talvez os momentos que compartilharam fossem unicamente deles, e somente deles. 

E aconteceram justamente por que Harry era Harry, e Louis era Louis.

O acompanhante se sentiu especial. O que, ao longo de sua vida, parecia um sentimento que beirava a ilegalidade tão raras as vezes que acontecia. 

Não durou muito, no entanto. Assim que o cacheado mencionou transar com outra pessoa, foi como uma tartaruga se retraindo para dentro do casco ao primeiro sinal de perigo. Pensou que poderia estar pensando demais nisso e que seria melhor focar no resto da noite, a que o fez se sentir bem. Mas não conseguia evitar ficar fixado naquela última e pequena coisa. 

Por que é que o ator falaria isso logo depois de discursar sobre o porquê ele era o primeiro acompanhante a quem se apegou? De dizer que o de olhos azuis tornava tudo diferente e divertido? Depois de descobrir o quanto ele exigiu só para que pudesse ficar na mesma cidade que Louis? Quando enfim chegou no apartamento, dormiu para que finalmente pudesse parar de pensar.

Assim que acordou, desceu as escadas para encontrar o de olhos castanhos fazendo yoga no meio da sala.

- Bom dia, bela adormecida - a voz saiu penosa enquanto tentava se equilibrar em uma posição particularmente difícil - Achei que você não acordava mais

- Como você tá? - esfregou os olhos e bocejou no caminho para a geladeira - Assim, depois daquela cena toda com o Zayn - pegou uma água e se sentou nos primeiros degraus da escada, olhando para o amigo

Aquela situação era estranha para Payne. Queria continuar guardando rancor pelo que o moreno fez, mas vê-lo quase desesperado, gritando na mansão para que o dançarino ao menos olhasse para ele, além da enxurrada de mensagens que recebia todos os dias, dava uma pequena pontada de pena. O de cabelos cor de mel não conseguia abdicar o carinho que tinha pelo tatuado.

- Não sei o que pensar - saiu da posição que estava e se sentou no pequeno tapete de borracha - Eu geralmente sou a pessoa que faz coisas assim - riu fraco

- Isso é verdade - o menor deu um gole

- Mas e você? Mal esperou acabar a fofoca do Bernard colocando ele pra fora pra ir embora - cruzou os braços e fez uma expressão caricata

Uma certa ansiedade tomou conta do corpo do acompanhante. Pela primeira vez ele não queria contar o que tinha acontecido, porque sabia exatamente o que o dançarino diria. 

Provavelmente não entenderia a significância da noite e acabaria enchendo o saco falando que ele estava com ciúmes de Styles ou algo assim. "O que eu não tô, claro. Não é ciúmes", pensou.

The MansionWhere stories live. Discover now