setenta e sete

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"eu estava interessado em tudo mas comprometido com nada" - gregory david roberts

Cada roupa jogada dentro da mochila ardia como um corte de papel por entre os dedos. Louis não queria estar ali, mas quando ligou para Niall - que pensou que o motivo da ligação era brigar com ele por tê-lo chamado para o restaurante -, o irlandês antes de tudo se desculpou veementemente por tudo e disse que a mensagem na verdade tinha sido mandada por Elle. 

Honestamente, Louis não se importou com aquilo e até preferia a forma como as coisas aconteceram. Foi melhor ter visto com os próprios olhos o que Harry havia feito e confrontá-lo sobre tudo do que continuar vivendo em uma mentira.

Niall se desculpou novamente quando Louis pediu para que ele fosse até Calabasas pegar suas coisas, já que depois da briga com Elle, queria se distanciar por um tempo, mantendo somente o mínimo das obrigações profissionais que tinha com Harry. A voz de Horan no telefone indicava que ele havia chorado bastante, então Louis não insistiu no favor, esperando que o irlandês também não percebesse que ele mesmo havia chorado um bocado. 

Ambos estavam exaustos e procurando uma forma de se desvencilharem das duas pessoas que os machucaram.

Lá estava então Tomlinson tirando todos os pertences do quarto que guardava todas as suas melhores memórias com Harry, pensando o quanto havia sido um completo otário. Ele jamais deveria ter confiado no ator, deveria ter cortado todos os avanços desde o início, deveria ter feito tudo diferente, e aí talvez ele não estaria ali com os cortes nas mãos. Mas ele não conseguia pensar assim por mais que tentasse. 

Louis estava mais que disposto a regá-lo, adubá-lo e fornecer luz do sol, se isso significasse que Harry desabrocharia como uma flor, estava disposto a cortar as entranhas fora para dar espaço para que Harry crescesse entre os cantos de seus intestinos, mas tudo que recebeu de volta foi acidez. 

E se ao menos o ator tivesse respondido qualquer outra coisa que não fosse "eu não sei", Louis estaria disposto a continuar tentando, beijar sua testa suada depois de horas bebendo ou colocá-lo na cama para que enfrentassem o dia seguinte juntos... Mas Harry não quis.

Fechar a porta do quarto agora vazio foi como arrancar um band-aid: rápido e doloroso. Quando andava pelo corredor para ir embora, Elle o parou.

- Louis, espera!

- Pode deixar, eu já tô indo embora - continuou andando

- Eu só quero pedir desculpa! - soou genuína

Louis enfim parou e respirou fundo antes de se virar para ela.

- Não precisa, ok? Foi melhor assim - ajeitou a mochila nas costas - Mas vou aceitar as desculpas pelo resto das coisas que você fez

- Eu achei que eu tava protegendo ele... mas eu acho que eu só não queria que as coisas mudassem - a voz da modelo saiu melancólica

- É, o Harry também não - engoliu seco - Mas não se preocupa, nada vai mudar - continuou andando

Falar que nada mudaria doeu para Louis.

- Ele não tava ficando com aquele cara no restaurante - tocou o braço do menor - Ele gosta mesmo de você. Então se for por isso que você tá indo embor...

- Não é. E ele não gosta. Mas obrigada de qualquer forma - deu de ombros

- Você vai pro apartamento?

- Só por alguns dias. Depois eu vou pra Nashville encontrar o Caleb no estúdio e de lá eu vejo o que vai acontecer

- Ah, é mesmo, eu lembro - abriu um sorriso gentil - Ele vai te apresentar pra muita gente, você vai estar em boas mãos

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