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L I V I A

Terminei de amarrar meu salto e peguei minha bolsa com o celular. Pelo horário e o silêncio da casa, minha mãe já está no quarto dela.

Em silêncio eu saí de casa pulando o muro que dava para a rua. Já tinha tudo no esquema, a escada no lugar certo e a Jade me esperando na rua de baixo.

Sou filha única de uma mãe solteira, meu pai foi assassino quando eu nasci. Talvez seja por isso que ela me priva tanto do mundo, um trauma, que seja. Sem muitos amigos.

Jade: não sabe quem acabou de passar por mim - ao chegar perto dela eu já imaginava quem possivelmente seria - Matheus!

Como eu imaginava. Minha reação não foi novidade, continuei de cada fechada e abracei ela.

Lívia: Matheus? Hum, nem falou que ia pro baile quando eu perguntei

Jade: É. Ele passou e buzinou aí eu falei com ele e depois ele subiu

Lívia: sozinho?

Jade: não vi ninguém com ele, não sei se passou pra pegar o magrinho

Matheus seria uma pessoa boa se não fosse tão egoísta, acho que é por isso que nunca demos certo e nunca vamos dá. Por isso nossa relação sempre foi conturbada, uma coisa que eu aprendi foi deletar qualquer tipo de sentimento em relação a ele.

Entrando na quadra meus olhos bateram no foguete lá no camarote, assim que ele passou o olho pela multidão e bateu no meu, desviei rapidamente.

Jade: vou ali no magrinho

Apenas assenti com a cabeça e continuei dançando. Jade é minha irmã, não de sangue, mas nascemos no mesmo dia, então está valendo.

MT: fala a é preta - senti um beijo no pescoço e as mãos dele agarrar minha cintura - gostosa...

Lívia: oi, Matheus.....

Quando eu estava falando ele entrou com a mão no meu cabelo e grudou meu corpo no dele junto ao um beijo lento e gostoso.

MT: estava com saudade de tu

Lívia: percebi - soltamos um sorriso fraco - não te vi mais, nem na escola

MT: que escola o que. Aquela porra lá só esquenta cabeça pô

Lívia: mas é importante pro seu futuro MT

MT: Aqui não Lívia. Vamos lá pra casa?

Lívia: agora? Acabei de chegar

MT: depois nós volta

Enquanto ele falava me puxava pela mão para fora da multidão. Até ser possível andar sem esbarrar em ninguém.

Foguete: Fala aí MT - acabamos encontrando ele na saída. O mesmo olhou para a gente de cima a baixo como se tivéssemos escondendo algo - tranquilo?

MT: tranquilo mermo

Eu não falei nada, apenas encarei aqueles olhos bonitos do foguete que também me encaravam até ser puxada pelo Matheus novamente.

Agora que eu percebi, sempre estamos nos mesmos lugares e nunca trocamos uma palavra. Deve ser por que ele é fechadão, e eu, não sou das mais simpáticas.

No caminho eu mandei uma mensagem pra Jade avisando pra ela não ficar procurada.

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Amante Do Perigo  - Filipe RetWhere stories live. Discover now