Amante Do Perigo - Filipe Ret

•011•

M A T H E U S

Fechei a porta atrás de mim com cuidado e caminhei em passos silencioso.

Olhei por toda a sala e cozinha para ver se o William estava em casa, como eu imaginava, ele não está.

Em alguns cantos dos ambientes eu procurava por algo de valor, talher, quadro, vaso de plantas, cordão, qualquer coisa que me desse dinheiro. Eu sabia que ele guardava algumas correntes dentro do porta jóias no armário de roupa.

Então eu fui sem deixar rastros, ele é esperto demais, sacaria que eu estive aqui com uma única pegada no chão brilhoso dessa casa.

Assim que abri a porta dei de cara com aquele filho da puta. Ele estava lá bem paradão no tapete de pelo no pé da cama, tranquilão com os olhos vidrados em mim.

MT: É aí amigão - fechei a porta devagar, caminhei meio abaixado até o guarda roupa - o que você está fazendo aqui, hein? Sabe que não pode - eu tremia que nem vara verde, mas tinha que demostrar está de boa, esse cachorro sente o cheiro de medo - seu pai vai brigar contigo

Thanos rosnou assim que abri a porta do móvel, ele ameaçou a levantar me fazendo afastar a mão.

MT: calma a é - fiz sinal para baixo com a mão - não vou fazer nada, vim buscar um negócio que seu pai pediu - ele rosnou mostrando os dentes afiados que por sinal me causaram uma cicatriz da última vez que ele enfiou na minha perna - ok, eu vou sair e deixar você em paz

Voltei pra sala em busca de alguma coisa pra fazer ele sair daquele quarto.

Eu preciso daquelas correntes.

Sabia que o William guardava tudo do cachorro em um quartinho nós fundos da casa, o lugar onde vou achar minha salvação.

Enquanto ia de volta para o quarto, eu fazia barulho com a bolinha pra ver se ele vinha, mas nada.

MT: olha o que eu tenho aqui, Thanos, Vem! - balancei o brinquedo - eu sei que você ama essa bolinha

Ele deitou a cabeça de lado me olhando, levantou e correu até onde eu taqui o brinquedo, lá do outro lado do corredor. Quando ele saiu correndo eu tranquei a porta.

MT: cachorro vacilão

Esfreguei a mão indo até minha mina de outro. Ret não sentiria falta, afinal tem tantas.

Só de abrir a caixa eu vi três brilhantes ouros pularem para fora e embaixo tinha mais outras, prata, ouro e uma que eu acho foda desde que ele mandou fazer, de diamante.

Essa tem uma história por trás, não sei direto, eu era novinho quando rolou. Sei que ele não usa ela nunca, sempre ficou guardada, mas já peguei ele uma vez observando ela e escondeu assim que eu cheguei.

Eu não sou tão burro para pegar as maiores, por mais que eu queira, vele mais.

Peguei uma pequena e fina, ele não vai nem perceber nunca percebeu as outras.

Os latidos do thanos soaram pela casa me fazendo fechar tudo e abrir a porta. Ele correu para dentro em direção ao guarda roupa, parou de frente intercalando as olhadas entre eu e o móvel.

MT: que foi? Não fiz nada nem peguei nada - levantei as mãos vazias - viu? Fui!

Corri até o portão, subi na moto e acelerei para a boca da barreira, menos movimentada possível. Espero que os vagabundo estejam lá ainda, aquele cachorro me atrasou.

- nem vem que eu não vou vender nada pra você - um dos vapor falou assim que entrei - não temos autorização, então melhor tu mete o pé antes que dê b.o pra mim

MT: porra cara. Tô sabendo que tem coisa nova na área, qual foi, já chegou?

- não muleque, vaza! Aqui tu não vai conseguir nem da velha.

Nem apertei a mente, ele não ia vender mesmo. William bobão, fica nessa de proibir venda pra mim, invés de cuidar da vida dele fica com o olhão na minha.

Aposto que é falta de buceta.

MT: a é menor, tu viu o magrinho por aí?

As cria que estavam brincando ali perto negaram, andei mais um pouco depois da barreira e vi ele parado na esquina.

MT: É quanto por hora? - parei a moto do lado dele rindo - vai cobrar baratinho pra mim, né?

Magrinho: sou sua mãe não - falou subindo na moto - mó tempão aqui e vagabundo chega de gracinha

MT: foi mal. Aquele cachorro filho da puta me atrasou

Magrinho: ele te mordeu de novo? - riu.

MT: dessa vez não. Fui mais esperto - sorri de lado - o pai é mostro

Já nem estávamos mais no morro, já era asfalto no caminho de uma outra comunidade.

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