•065•

7.6K 474 150
                                    

W I L L I A M

Olhei para as crianças jogando bola e soltei a fumaça preenchendo meu pulmão. Olho de canto vendo o foguete se aproximando da onde eu estou sentado e olho de volta pro muleque sentado no chão do meu lado brincado com os bonecos e um outro menininho com ele.

Foguete: seu inimigo deu as caras lá pro lado de Bangu - ele se senta do meu lado no banco. Encaro seus olhos avermelhados e pequenos.

Ret: ele não é meu inimigo - jogo o cigarro no chão pisando pra apagar - rei não tem nível pra isso

Foguete: hm- passei a visão pro campo ficando em silêncio. Não tem vinte e quatro hora que tudo aconteceu, não consegui pregar o olho, eu rodava de um lado pro outro e toda vez que fechava o olho, vinha todas as formas de entrar na penha. Já resolvi uma parte, coloquei gente na pista pra vigiar o rei e vou falar com o mano da penha - ele já fechou com a Vila Kenedy

Ret: tu acha que ela está por lá? - não olho pra ele.

Foguete: os muleque que está de olho nele falo que só vê ele no carro. Já é segunda vez no dia que ele faz o trajeto da penha pra vk e da vk pra penha

Ret: o Camillo falo que ontem o carro chegou lá na penha e ele não tinha chegado lá ainda. Deve ter ido pra lá rimeiro

Foguete: deve está dividindo, as drogas na penha e a Anna na vk

Ret: então a gente vai primeiro na penha - sinto seu olhar me queimar - tenho que resolver umas parada, fica de olho nele - aponto pro cabeludinho no chão - se acontecer alguma coisa com ele é sua culpa- levantei passando na frente dele.

Foguete: vai lá no muleque? - fala enquanto eu andava pra longe - já pegamos ele. Tá lá no barraco - faço joinha e continuo no caminho da boca.

Foguete foi atrás de um vapor lá da penha pra mim. Não sou de mexer com gente que não tem nada a ver com minhas parada não, mas o rei mexeu com gente minha. Meus vapor que nem tinha da a ver ele meteu a porrada. Quero nem saber também, já que tacou o foda-se, eu também vou tacar.

Entrei no beco do barro, vi alguns dos muleque conversando na porta e guardei a chave da moto no bolso.

- fala patrão - movimento a cabeça passando por eles - terro tá lá atrás com o mano lá da penha...

Passo pela mesa vendo as poucas mercadorias na mesa. Meu movimento tá caindo por causa dessas drogas, tá em falta e não teve o dinheiro da contagem pra pegar mais com a facção. Mas tem problema não, tô chegando pra acabar com isso.

Agora eu sei que nessa vida não tem como descansar e nem ter paz, na próxima nós descansa então.

- caralho mano, já falei que não sei quem é esse não - chego na parte de trás vendo ele amarrado no tronca do pé de manga sem nenhum arranhão, terro está na frente dele em pé de braços cruzados - me solta
porra!- grita se debatendo.

Ret: tá gritando por que? Tá na posição de está botando bronca não meu parceiro - caminho saindo da varanda, paro do lado do terro que me olha, cruzo os braços arrumado a postura e olho pra ele - tem o que pra mim?

Terro: ele tá falando que não conhece o rei - rio passando a visão pra ele e volto a olhar pro cara - foi pego vendendo pro cara e não sabe quem é ele?

Amante Do Perigo  - Filipe RetWhere stories live. Discover now