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W I L L I A M

"Cuidado, você colhe o que planta" 

Passo pela barreira subindo avoado com o carro. Estou de volta em casa e só de ter passado pelos muleque da barreira em alta velocidade, eles viram que voltei na disposição de matar qualquer um que perturbasse minha mete. Me tiraram da onde eu estava tranquilão, então eu tô aqui, e só vou embora quando deixar todo mundo aqui ciente de quem eu sou e posso ser quando mexem com o que é meu.

Acerola: meu patrão preferido - corre andando do meu lado pelo beco do barraco - como foi lá...

Ret: cadê ele? - corto sua fala. Entro no barraco vendo vazia, escuto o muleque do meu lado começar a falar outra vez e avanço nele pegando na gola da blusa preta dele chegando bem perto do rosto dele de medo - não estou pra gracinha não, acerola, então vou perguntar só mais uma vez....cadê ele?

Acerola: e-ele tá aí em cima, foguete tá aí em cima - levanta as mãos se tremendo todo - foi mal patrão - solto ele empurrando contra a parede - bom dia pra você também - ameaço a ir até ele e o mesmo sai correndo com a mochila nas costas.

Subo a escada chegando na laje e vejo foguete junto com terro fumando. Observo os dois estranhando eles dois juntos, pensei que iam se alfinetes por um está no lugar do outro.

Terro: bem vindo de volta, patrão - abriu o braço esticado lá pra fora me dando a visão pelo buraco na parece as casinhas da minha favela - tudo certinho

Foguete: mentira. Ele deixou tudo jogado aí - soltou a fumaça rindo, terro olhou pra ele fechando a cara e mandou dedo - tô zoando, ele fez um bom trabalho, só não é melhor que eu

Terro: tô ligado na tua inveja - passa o baseado pro Daniel - tranquilo Ret? - olha pra mim perdendo a paciência.

Ret: vaza - franzi a testa - tô falando pra vaza, quero falar só com ele - apontei pro cara de boné no sofá - anda terro!

Terro: tô indo - levantou a mão em forma de redenção e desceu arrumando a blusa no ombro.

Ret: falei que queria ele aqui quando voltasse - tirei a visão do terro e encarei ele mó sofá soltando a fumaça na frente do rosto - e não tô vendo ele aqui - cruzou os braços serrando o rosto.

Foguete: não achei ele, tá entocado em algum lugar por aí - tirei a pistola de trás da cintura e me sentei no caixote colocando ela no chão do meu lado - como estava as férias?

Ret: tu revirou o rio de janeiro? - ignorei a pergunta debochada dele - socava dinheiro no cú de quem fosse, mas era pra achar ele

Foguete: tô achando que ele tá pela Penha - apoio o cotovelo no joelho - quem tá no comando lá agora é o bg - respiro fundo - pega aí - olhei pra ele me estendo a maconha, pego e volto a encostar as costas na parede - mas ele não quer falar com ninguém

Ret:tem essa de não querer falar com ninguém não, foguete. Se ele pego o comando, tem que aguentar tudo que vem junto, incluindo me encarar - puxei a fumaça - só saio de lá quando falar com ele, se o bg não falar comigo namoral, vou entrar lá metendo bala

Foguete: paga leve com o cara, Ret. Tu mato o irmão dele, na frente do cara, tá foda pra ele..... Não é difícil entender o lado dele

Ret: e eu matei atoa né, Daniel? Matei só por matar, né! Não fode porra. Ele tá ligando em tudo que aconteceu e por isso nem se meteu no bagulho, sabia que o rei tava errado

Foguete: tu que sabe. Já falei o que tinha pra falar, tá com o cara nas mãos, sei que tu sabe o que tem que fazer - levantou - tô metendo o pé - foi na direção da escada - fé aí

Ret: espera - ele parou me olhando, virei o rosto lá pra fora respirando fundo - valeu aí por ter ido atrás dessa parada. Tava tão óbvio que eu nem percebi - soltei a fumaça voltando a encarar ele - é foda

Foguete: tá tranquilo com isso? - afirmei - qualquer coisa me aciona - fiquei em silêncio encarando seus olhos vermelhos
- tô indo

Ret: fé - ele desceu a escada sumindo da minha visão. Tô ligado com meu erro com ele, mas agora não vou resolver nada disso não, Matheus é minha prioridade, minha bronca com o Daniel, eu resolvo depois

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Amante Do Perigo  - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora