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A N N A

Desci as escadas da casa respirando fundo depois de conseguir colocar o Theo pra dormir. Ele estava muito agitado, fazendo perguntas sobre o pai e dizendo que estava com saudades. Mas um banho quentinho fez ele cair no sono.

Toquei meus pés no último degrau e olhei pela casa procurando o William. Girei a cabeça parando na sombra dele subindo uma fumaça.

Ele está mudado, ganhou corpo, mudou o cabelo, fez tatuagem, está tão diferente.

Juntei meu cabelo colocando ele atrás da orelha e caminhei até a parte de trás onde ele estava sentado.

Quando eu cheguei na porta de vidro escutei o portão bater e me virei pra olhar.

Foguete: Anna? - ouvi ele gritar. Abri um sorriso e corri dando de cara com ele, abri os braços e fui envolvida em um abraço forte - caralho, quanto tempo

Anna: que saudade de você - ele segurou meu rosto sorrindo - como você está?

A gente se soltou do abraço e nós sentamos no sofá um de frente para o outro. Daniel me contou algumas coisa, percebi que tudo mudou muito, mas tem coisa que não muda nunca, tipo as graças que a gente fazia. E eu fiquei feliz de saber disso.

Foguete: vai fica de vez? - desviei o olhar do William e verei pra frente de novo.

Anna: pretendo arrumar minha vida, agora tenho outra pessoa dependendo de mim - ele me olhou enrugando a testa e eu ri.

Foguete: tu arrumou filho doidona? - assenti com a cabeça rindo - sério, cadê ele?

Anna: tá lá encima dormindo - apontei com o dedo para as escadas - nome dele é Theo, a coisa mais linda da minha vida.... - falei dando um sorriso de lado.

Foguete: deixa ele dormir então, amanhã eu vejo

Anna: e você - empurrei seu ombro de leve - já tem um mini Daniel?

Foguete: tenho nada - estalou a língua no céu da boca - Deus olhou pra mim e falou, você não meu filho

Anna: ah, para com isso. Logo você que tem fama aqui

Foguete: fama eu tenho, só não é de fiel - olhei surpresa pra ele - qual foi?

Anna: quer dizer que você quer ficar casado? Logo você que é malandro

Foguete: ah, tô parando, mudei meus pensamentos né. Tô ficando velho e uma hora o coração deseja um carinho - ri - para de rir, porra

Anna: é estranho vê você assim- lembrei das meninas que brigavam na rua por causa dele enquanto o mesmo já estava se envolvendo com outras três - mas não tem nenhuma?tem gente pra caralho no mundo e nenhuma tá te querendo? - apertei os olhos pra ele.

Foguete: as mina daqui são tudo tilt - apertei mais os olhos sabendo que ele estava mentindo. Conheço essa peste - tem uma aí, Anna, pronto, falei, satisfeita?

Anna: quem é ela? - sorri curiosa - é daqui?

Foguete: tem nada não pô, ela é ligada no MT

Anna: Matheuzinho deve está enorme - olhei minhas unhas lembrando do quando eu era apegada naquele menino - como ele está?

Foguete: de otário a pior - deu de ombros. Abaixei a cabeça chateada - só não morreu ainda porque o Ret pega no pé dele

Anna: Ret? - ri - então ele adotou o nome mesmo

Antes de eu ir embora, William já estava começando a se envolver com o crime, era vapor, e lembro dele sempre comentar que o vulgo dele seria esse. Que ele queria ser conhecido com Ret.

Foguete: é pô, e o meu é foguete - sorriu todo contente - foguete não tem ré

Anna: meu Deus... - a gente caiu na gargalhada.

Olhei para trás e vi William ainda sentado. Se passaram minutos e ele não saiu nem por um segundo de lá.

Foguete: já conversou com ele? - voltei minha visão pro meu amigo a minha frente.

Anna: ainda não - enrolei uns fios do meu cabelo no dedo - nem deu tempo

Foguete: então eu vou caçar meu rumo que já tá na hora - levantou - Amanhã a gente se fala

Anna: com certeza - abracei ele recebendo um beijo no topo da cabeça - e eu quero conhecer essa menina hein

Foguete: tem mina nenhuma não maluca - gritou do portão e eu ri - vai a merda - mandou dedo.

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Amante Do Perigo  - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora