Amante Do Perigo - Filipe Ret

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O carro parou em frente uma casa, ela não era grande, por fora era toda em um branco quase cinza. Olhei pra trás vendo o outro carro parar atrás do que eu estou e virei outra vez vendo o motorista sair e o homem do meu lado abrir a porta dele.

Tio: pode ficar tranquila que nada vai acontecer - ele sai batendo a porta e eu faço o mesmo batendo a porta. Desço um pouco minha saia e olho pra frente.

No portão de garagem tinha alguns homens armados, eles olharam pro tio que passou depois de um deles abrir o portão, eu passei e eles não me olharam.

Anna: eu posso saber sobre o que ele quer falar comigo? - falei enquanto caminhava pelo quintal olhando curiosa. É pequeno também, só um banquinho no canto da parede, o espaço onde tinha um único carro e a porta que dava pra dentro da casa.

Ele continuou em silêncio enquanto a gente entrava, era a sala, simples, uma tv pequena na parede e um sofá de costas para a porta por onde entramos. Caminhei pelo corredor vendo uma porta ao meu lado onde tinha alguns homens sentados em uma mesa com computadores. Segui em frente chegando na cozinha, vazia, fogão e uma pia, no canto tinha uma geladeira pequena.

Tio: entra - olho pra frente vendo ele abrir uma porta - tem um telefone, você vai falar com ele por lá - franzi a testa confusa e entrei - quando ele parar de responder bate na porta

Anna: eu vou ficar sozinha....- ele fechou sem deixar eu terminar - grosso -resmungo.

Olho ao meu redor observando. Parecia um quarto, tinha um espelho retangular que cobria quase toda a parte de cima da parede assim que entra, uma mesa pequena com o telefone fixo em cima. Era bem escura, uma luz amarela fazia a sala não ficar tão escura, mas não adiantava muito.

Peguei o telefone tirando do gancho e levei até a orelha. Chamou uma vez até a voz grossa falar.

- Anna?! - respiro fundo tentando me manter calma e mando um recado pro meu cérebro pra ele responder mas a voz sai outra vez no meu ouvido- como você vai?

Anna: si-sim, sou eu - minha voz sai falha
- curiosa pra saber o que você quer comigo

- queria....queria te conhecer

Anna: estou aqui então - olho meu reflexo no espelho esperando ele falar.

- como está lá no alemão?

Anna: bem...

- fiquei sabendo que você chegou faz pouco tempo - ele tossi perto da ligação e respira fundo voltando ao normal - pretende ir embora de novo?

Anna: só se for a única saída, mas não quero que seja uma opção

- deve ser difícil ficar longe da família, né?

Anna: minha família está me esperando em casa- olho o espelho na minha frente outra vez e volto a olhar pros números na base onde encaixava o telefone - no alemão

- não se faça de boba Anna. Eu estou falando do rei. Você conhece, não é?

Anna: e-eu...sim - confesso - e ele não é mais nada meu

- ficaram muito tempo juntos, né? - afirmo sem ele poder vê - deve ter sido um fim difícil pra vocês, afinal tiveram um filho que hoje tem....- da uma pausa - cinco anos. Você mantém contato com ele?