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D A N I E L

Joguei o celular no sofá sentindo a raiva subir pelo meu sangue. Caminhei rápido até a mesa perto da janela onde está o meu computador.

Eu leio e releio várias vezes as mensagens. Desde que peguei a neurose de que tinha lido o nome do rei no telefone do Matheus, venho martelando essa parada na minha cabeça, as vezes fico com dor de cabeça de tanto que isso me atinge como uma pedra.

Está tudo ali, depois de hacker o telefone dele, eu vejo....vejo tudo e mais um pouco. Ele falava tudo pro rei, desde do dia que o Ret foi preso até o dia da invasão dele na vk. Estava tão óbvio que parecia mentira, pra mim as mensagens eram coisas da minha cabeça, é difícil acreditar nessa porra.

Desço as outras mensagens chegando nas primeiras. Meu corpo congela me trazendo um desconforto do caralho. Não gostar do Matheus só alimentou minha neura.

Naquele dia, no beco, ele pegou o celular muito rápido e praticamente escondeu de mim, o sumiço dele desde que o rei morreu, as três letras no contato não me deixava em paz durante todos esse dia. Quando decidi entrar no celular dele, fiquei em um choque que nem sei se é possível.

O filho da puta que é o x9, ele falava tudo que acontecia aqui no alemão. Enquanto ele passava batido, eu e os muleque que nem tinha nada a ver que aguentava o William descontando em nós tudo que o x9 do irmão dele fazia.

Pego meu celular no sofá olhando o tanto de mensagem que mandei pra ele. Eu até entenderia ele não me atender, venho evitando a presença dele por quase uma semana, não vou no trabalho e só apareci por lá quando ele não estava. Eu fiquei com tanta raiva dele ter desconfiado de mim que pensei na probabilidade de da um tiro nele.

Não é nem pela desconfiança, tá ligado, estava rolando mó putaria no movimento dele e eu até entendi, mas foi por mesmo eu falando que tinha ficado bolado, ele nem se importou, simplesmente agiu como se eu não fosse nada em todos esses anos.

Preferi mandar tudo pra puta que pariu também, mantive distância e nem faço questão mais também, percebi que ele não se senti culpado pelo o que fez comigo quando colocou o terro no meu lugar.

Só fui atrás desse negócio do Matheus por causa de mim, não gosto dele e se ele continuar vivo vai dar com a língua nos dentes, sujar mais ainda o Ret e sujando esse viado ele me suja também.

Tirei várias fotos da tela do computador com as mensagens, peguei a chave da minha moto e sai de casa trancado a porta, desci as escadas do bloco quase que em um pulo e subi na moto acelerando pra boca.

Vejo uns muleque na banca e paro perguntando do Matheus, eles falam que não vê ele faz um tempo. O arrombado sumiu, era de costume ele sumir de vez em quando, mas sabendo de tudo, tenho certeza que ele não sumiu atoa.

Paro a moto rente a calçada casa do Ret, os seguranças me olham lá do outro lado da rua, olho pra casa toda trancada e escura, ninguém aí.

Foguete: viram o Mt esses dias? - olhei pra eles no muro - ele veio aqui?

- vimo não, foguete - estalo a língua no céu da boca respirando fundo. O único lugar que ele pode está é na penha - aconteceu alguma coisa? - nego acelerando pela rua.

Penso, penso e nada vem na mente. Tô procurando jeitos de falar com o arrombado do William não me atende.

Acerola: fala foguete - ele pula da laje pro chão caindo de pé no meu lado, entro no beco do barraco com ele - fiquei sabendo que tu quer sair do crime - parei olhando pra ele sem entender - tá geral falando que você e o chefe se estranharam. Sai não pô, tu é firmeza...

Amante Do Perigo  - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora