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W I L L I A M

Foguete: tá demorando né? - ele fala pela milésima vez sentando no outro sofá enquanto balança a perna - e se a gente for atrás dela?

Ret: a gente nem sabe pra onde eles levaram ela - falo enquanto batuco o celular no braço do sofá onde estou sentado encarando o portão aberto com os muleque tudo do lado de fora falando - não saio daqui até completar doze horas

- foguete, tem como vim me ajudar rapidinho - o radinho na cintura dele toca saindo uma voz parecida com a do acerola - os cara tão querendo comprar fiado pela segunda vez seguida. Tão fazendo escândalo - olho pro foguete pegar o aparelho, apertar o botão vermelho na lateral do bagulho e levar perto da boca.

Foguete: agora acerola, caralho - ele levanta bufando e coloca o radinho outra vez pendurado na barra da bermuda e abaixa a camisa tampando - já volto

Não respondi e encarei suas costas enquanto ele sai pelo portão falando com os da contenção.

Olho minha perna começar a doer de tanto que balancei ela igual tô balançando na minha mente a porra que aconteceu aqui algumas horas atrás.

Eu não piso fora daqui até completar as doze horas, por isso que toda hora eu olho o celular. Se ele prometeu que não ia fazer nada e ela acreditou eu não posso fazer muita coisa não, só esperar. Se tivessem levado ela contra vontade seria diferente, mas ela foi mesmo eu avisando. Tentei fazer eles desistirem de colocar ela nesse meio.Mas ela se enfiou sozinha quando aceitou ir.

Acredita em palavras é emocionar demais, qualquer um pode muito bem pegar informações totalmente erradas e colocar em um papel dentro de um envelope, ele jogou a corda e ela colocou no próprio pescoço.

O tio não tem coragem de fazer nada não, aprendi isso observando o jeito dele, mas o pai? Se nem eu que sou da família nunca vi ele, ela vai lá é simplesmente sai pra se encontrar com o cara.

Tô tentando ser positivo também, se foi dado a palavra de homem de que ela estaria de volta, vai ser comprido. Um pouco puto com ela? Sim, mas isso é só um detalhe pra se acontecer qualquer coisa eu usar como gás. E pensando bem, eles não vão coragem de fazer nada com ela não, eles não tem peito pra ter o rei como inimigo. Ele sim faria a vida deles um inferno, usando a emoção pra derrubar um por um. Nem vou precisar me mover.

Olhei o celular na minha mão outra vez e senti uma pontada na minha perna, bem onde estava a ferida.

Ret: porra, da um tempo - olho pro curativo reclamando como se eu fosse maluco - que inferno

Ouvi barulho de motor chegando perto e olhei pra frente levantando a cabeça vendo pelo portão aberto uma luz forte luminar os muleque no portão.

Soltei o celular no sofá e levantei pisando a perna machucada com cuidado no chão até o portão. Olhei na direção da onde vinha a luz sem passar da linha do portão vendo o farol do carro que saiu daqui horas atrás chegar perto.

A bmw foi se aproximando enquanto diminuía a velocidade até parar berrando a calça. Empurrei o vapor que estava na minha frente e sai ficando perto deles.

A porta do lado da rua abriu e saiu ela ajeitando o cabelo sobre o ombro, seus olhos passaram pela rua e chegaram em mim fazendo ela sorri de lado. Anna deu a volta por trás do carro e andou rápido chegando perto de mim e me abraçou fazendo meu corpo ir um pouco pra trás.

Passei o braço pelo corpo dela sentindo seu peito junto do meu subir e descer rápido. Levei uma das minhas mãos até a cabeça dela e passei alisando seu cabelo.

Amante Do Perigo  - Filipe RetOnde histórias criam vida. Descubra agora