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W I L L I A M

Ret: onde você vai? - falei assim que ele passou pela sala. Matheus não me respondeu e continuou na direção da porta - onde você vai? - dessa vez falei mais firme e alto fazendo ele parar e me olhar

MT: vou sair com o magrinho, a gente vai na praia - Olhai na cara dele e fiz sinal pra ele sair.

Eles não vão pra praia porra nenhuma, vai se drogar igual minha vó fazia.

Matheus foi deixado muito novinho com minha avó. A mãe comprava todos os tipos de droga e acabou fazendo uma dívida, e como garantia deixou o filho até conseguir pagar, porém ela nunca voltou, nunca nem deu sinal de vida. Com isso a gente foi criando ele, na verdade, eu fui criando ele.

Minha vó não tinha tempo pra isso, e quando tinha, fazia de qualquer jeito. O negócio foi eu mesmo cuidar dele. Parei de trabalhar com os negócios da nossa avó até ele completa certa idade.

Eu não fazia ideia de como criar uma criança, eu também era uma. E pelo visto, até hoje não sei criar. Ou eu não cuidei direito, ou a droga já veio no dna, mais provável.

Não culpo muito ele, cobro, mas não culpo. Crescemos em um ambiente de drogas, nossa casa era um ponto onde viciados vinham. Nossa avó cheirava, fumava e vendia a todo tempo.

Ret: vem, Thanos! - chamei ele pra colocar a colheira - vamos passear

O dia está insuportável de calor, parece um forno. Pelo menos agora está mais fresco, vou aproveitar é dá uma olhada pelo morro e conferir as vendas do novo carregamento de drogas. Foguete trouxe as novas cápsula ontem e já colocou pra vender.

Sai de casa colocando a blusa no ombro, virei fechando o portão e comecei a andar. Coloquei a mão no bolso, puxei um maço de cigarro e bati na palma da mão pra descer um, coloquei entre os dedos levando na boca e acendi com o esqueiro.

- boa noite, Ret - acenei com a cabeça pra uns senhores sentados no portão - Aquela vala atrás da minha casa está aberta outra vez

Ret: vou achar quem está abrindo, pode deixar. Amanhã vem algum dos homens pra resolver isso

Sai sendo puxado pelo cachorro e ouvi eles cochichando algumas coisas.

Onde já se viu, fofocam o dia todo e ainda vem me chamar de vagabundo.

Gosto de ficar batendo papo atoa não, aqui se você da corda eles te enforca com ela.

Andei mais um pouco e me passaram um radinho.

- chefe, tem uma pessoa aqui na barreira querendo falar contigo. Pode mandar subir?

Ret: não! Eu estou descendo - peguei o aparelho da cintura e apertei o botão falando, guardei novamente e joguei o cigarro no chão pisando encima.

Cortei o caminho da boca e entrei em um beco na direção da barreira.

Assim que cheguei vi muitos dos meus homens cochichando algumas coisas, agitados olhando pra frente.

Ret: o que está acontecendo aqui? - todos abriam caminho me fazendo enfim vê a pessoa - Anna?

Anna: William, preciso da sua ajuda

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Amante Do Perigo  - Filipe RetDonde viven las historias. Descúbrelo ahora